Fonte: FranceSoir, 14/01/2022
Apesar da alta taxa de incidência do Ômicron, que engrossa os números de contaminação em todo o mundo, sua baixa virulência prejudica a estratégia de “todos vacinados” e dá esperança de um retorno à vida normal.
Um pouco de música que está começando a ser ouvida em todos os lugares. Depois da Dinamarca e do Reino Unido, é a vez da Espanha elevar essa voz.
Um editorial recente da AMF (Actualizacion en Medicina de Familia), uma das três maiores associações de médicos generalistas da Espanha, intitulava-se “Para o fim da excepcionalidade”.
A mensagem é clara: “SARS-Cov-2 não vai desaparecer” e devemos aprender a conviver com isso.
Ao mesmo tempo que promove a vacinação para pessoas vulneráveis, a associação alerta contra doses de reforço incessantes e garante que “a vacinação de toda a população, incluindo crianças e pessoas de baixíssimo risco, não impedirá a circulação do vírus. “Devemos esperar que todos sejamos infectados várias vezes durante nosso contato repetido com o vírus, e que isso melhore nossa imunidade individual e coletiva”.
Em suma, não tenhamos medo: “É fundamental restabelecer a velha normalidade (sem máscaras ou limitações de interação social), concentrando esforços na proteção das pessoas mais vulneráveis. “
O autor também insiste no clima de ansiedade e lamenta a culpa resultante: “divulgamos um número recorde de infecções, sem especificar que metade delas são assintomáticas. […] O medo é frequente. associado à culpa. Pegar ou espalhar um vírus respiratório não é culpa de ninguém. “
E para concluir: “A Covid-19 deve ser tratada como todas as outras doenças. A imunidade adquirida e o advento da variante Ômicron permitem isso”.
A Ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, quer uma mudança de estratégia e pede ao Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) que “abra novos horizontes”.
Segundo ela, dado que a grande maioria das infecções são assintomáticas e que apenas as pessoas já em risco estão sendo internadas, seria necessário “o mesmo sistema de vigilância que se tem diante da gripe”. “
Se todos os médicos e epidemiologistas não concordarem com esta análise, o jornal francês Les Echos informa que “algumas regiões espanholas começaram a progredir nesta área e que o Centro Nacional de Epidemiologia já preparou um plano piloto que pode marcar o fim da testagem sistemática. “
TL Comenta:
No RN, onde não se tem observado uma grande demanda por internações para pacientes críticos e o número de mortes está próximo de zero, o que ocorre na Europa já pode ser observado.
Com o enorme número de pessoas com sintomas gripais, sem dificuldade respiratória e a escassez de testes para diagnóstico de COVID-19, os tratamentos e cuidados com a “nova onda” estão sendo os mesmos das gripes sazonais.
Desta vez, não se questiona o “tratamento precoce” nem se recomenda a procura por atendimento médico “somente com falta de ar”.
E apesar das vacinas e reforços, já se admite que a pandemia não tem prazo de duração e que teremos de traçar estratégias de convivência com o vírus mutante.