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Fátima merece o benefício da dúvida, que sempre negou a adversários

Crusoé e relata possível recebimento de propina na campanha da então candidata a deputada federal Fátima Bezerra em 2010, juntamente com a deputada e presidente do partido Gleisi Holfman.

Segundo Palocci , os recursos da Camargo Correia teriam sido de doação oficial de campanha ao PT  nacional e ele teria distribuído por candidatos em todo Brasil.

Ele afirmou ainda que as duas tinham plena ciência da “origem ilícita das doações realizadas” pela empreiteira.

Algumas considerações necessárias:

I- Depois de quase dez anos da campanha de 2010, é a primeira vez que o nome de Fátima Bezerra surge em delações com investigados do PT, tendo inclusive passado incólume por duas campanhas majoritárias;

II – Qual a prova que o ex-ministro apontou para provar a ciência da “origem ilícita”, ou seja, qual a contrapartida oferecida por Fátima Bezerra à Camargo Correia? Fato definitivo para configurar a acusação de propina;

III – Se a governadora Fátima Bezerra não fosse hoje governadora, tendo alcançado repercussão nacional ao passar pelo Senado como grande defensora do PT e do anti-impeachment, estaria nos anexos do delator?

A cautela com delação e vazamentos de investigação, a cada dia, se faz mais que necessária, principalmente, quando esta semana a imprensa nacional mostrou que um dos procuradores mais influentes da Lava Jato, o Januário Paludo de Curitiba, é acusado de receber mesada do “doleiro dos doleiros”.

Com Fátima não seria diferente.

Ela merece o benefício da dúvida, o respeito à presunção de inocência como cidadã, pelo cargo que ocupa e por sua biografia. Mesmo que nunca tenha praticado o mesmo ao longo de sua história política.

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