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Hidroxicloroquina é o novo ponto de divergência entre Bolsonaristas X Mandettistas

Da Folha  Depois da polêmica sobre Isolamento Social, outro ponto de divergência no front da batalha. Na reunião ministerial da tarde de segunda-feira no Palácio do Planalto o presidente Jair Bolsonaro e o Ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) expuseram divergências sobre o uso do remédio hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus. As diferenças de opinião a respeito do uso do medicamento já apareciam em declarações públicas de ambos. Enquanto o presidente sempre enaltece o remédio, também usado para tratar malária, Mandetta é mais ponderado.

Nesta segunda, em dado momento da reunião, Bolsonaro disse que havia conversado com especialistas que defendiam o uso do remédio em estágio inicial da doença. Bolsonaro citou um estudo da operadora Prevent Senior e do Hospital Albert Einstein que envolve o uso do medicamento em pacientes.

O ministro da Saúde, por sua vez, disse que a pesquisa citada ainda não havia sido publicada e defendeu que ainda não há protocolos seguros sobre o seu uso. O presidente cobrou um protocolo sobre a substância durante a pandemia.

Depois da reunião, Mandetta foi levado a uma sala para assinar um decreto a respeito do uso da substância, mas se negou a endossá-lo, como ele próprio disse em entrevista à noite.

Segundo relatos à Folha, o documento prevê que profissionais de saúde poderão usar o medicamento em si próprios caso julguem necessário.

O decreto foi elaborado por médicos que defendem o tratamento com a substância. Entre eles, está Luciano Azevedo, que ajudou a intermediar junto a bolsonaristas um encontro da imunologista Nise Yamaguchi, também defensora da hidroxicloroquina, com Bolsonaro nesta segunda. Bolsonaro frisou que a palavra final sobre as medidas de combate à pandemia será dele. No final do encontro, Mandetta disse que está no governo para contribuir, em um aceno ao presidente.

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