Sem leis específicas para combater fakenews, nem controle da mídia, a mais conhecida cidadã francesa da atualidade recorreu ao velho código civil, que protege a privacidade das autoridades, suas famílias e das pessoas comuns.
Está completando dois anos da convocação da primeira-dama para que duas mulheres comparecessem ao tribunal de Paris por terem espalhado notícias falsas na Internet de que ela era uma mulher transgênero.
A ação judicial não foi precedida de ameaças comuns dos políticos, de processos que nunca são efetivados, e baseia-se nas disposições do Código Civil relativas à privacidade.
As duas mulheres denunciadas, principais responsáveis pela transmissão da falsa notícia num canal do YouTube, apresentavam-se como uma “médium” e uma “jornalista independente”.
Elas postaram fotos da primeira-dama e sua família, e por isso, os três filhos de Brigitte Macron aderiram à intimação por atos de invasão de privacidade, violação de direitos de personalidade e violação de direitos de imagem.
Por vários meses, as mensagens fervilharam nas redes sociais, afirmando que o bebê, nascido Trogneux, tornou-se a mulher transgênero cujo nome de nascimento era Jean-Michel.
Uma conspiração teria ocorrido para esconder essa mudança de gênero indentitário, além de acusações mais graves de pedocrime.
Os rumores sobre transexualidade de celebridades não são fenômenos novos.
Outras figuras femininas conhecidas já foram vítimas das mesmas maledicências.
A onda que já atingiu a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, a atual vice-presidente, Kamala Harris, e a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, serve para demonstrar como as fakenews brasileiras transgêneros são ainda subdesenvolvidas.
(Texto publicado em 20/02/23)