Sobre as cabeças, os aviões aguardam pouso no hub do Amarante.
Sob os pés, as xananas, longe dos jardins, e das honrarias oficiais, se multiplicam nas frestas das calçadas.
Sem a segunda dose de reforço do carnaval fora-de-época, os potiguares apontam seus narizes para o chapadão político.
Antes que algum estagiário publique, como um deles fez no desfecho precoce da biografia de Isabel II, das manchetes pré-fabricadas para o dia seguinte das eleições, já apagaram o placar de WO.
O motivo, não precisa ser cientista social de Twitter para saber, foi a falta de assento na janela para todes, na tranquila e silenciosa viagem da barca furada que transcorria sem solavancos, em maré enchente, sob o timão da primeira comandanta mulher, de origem popular.
Na política, o princípio de Arquimedes nunca falha.
Bastou surgir alguém com tesão para acreditar que a disputa só termina quando acaba, para despertar os exércitos dos puxa-sacos.
Ninguém esqueceu os idos de 1974, e um certo marinheiro tatuado.
As armas já empoeiradas, guardadas à sombra das frondosas árvores do centro administrativo, deram os primeiros disparos.
Como robôs amestrados, movidos a cargos comissionados, os militantes disparam das trincheiras dos blogs patrocinados, balas de canhão com capacidade de explodir em defeitos, o destemido desafiante.
Que já foi comunista.
Como todo jovem, antes das primeiras sobras na contabilidade pessoal, e todos do maior partido de esquerda do ocidente.
Que foi vice.
Votado solidariamente na mesma chapa com a rainha do sucatão, mas com a pequena diferença de não ter exercido função executiva, nem liderado a maioria da nova companheirada no legislativo.
Que foi co-responsável pelo atraso do pagamento dos funcionários.
Sem levar em conta que a acusação fere frontalmente o princípio básico e universal da prevenção de traições partidárias: vice é vice.
Qualquer aluno que tenha assistido as aulas de matemática online, na rede pública, durante o recesso da pandemia, é capaz de fazer uma conta simplória.
Se o atraso salarial, nos quatro anos do governo passado foi de 120 dias, contados dois décimos-terceiros, o governo da professora, em maio, terá multiplicado dez vezes este tempo, e estabelecido recorde difícil de ser batido.
Nunca antes, na história desta sempre altaneira e oligárquica sesmaria, qualquer salário, provento ou pensão, foi depositado com mais de 1245 dias distante do prazo legal.
Quando este assunto estiver saturado, pela anunciada escalação do time de marqueteiros, o nível dos debates já terá atingido as canelas.
Só não vale chamar o adversário de cachaceiro.
O capo (barbuto) di tutti capi não vai querer perder o posto.