Ainda não se falava de cotas para mulher ou cor da pele, mas ela já ocupou todos os espaços como pioneira da TV brasileira.
Glória Maria não gostava de revelar sua idade, mas foi a grande repórter a contar tudo sobre guerras, política, viagens, esportes, assuntos cotidianos. Foi o rosto de credibilidade do Fantástico durante anos.
Era o rosto da aventura, do destemor, das celebridades, da coragem física e intelectual.
Segundo a TV Globo, sua segunda casa por mais de 50 anos, em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente”.
“Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio.”
A primeira transmissão a cores no jornalismo da TV Globo foi feita com uma reportagem de Gloria Maria. A luz queimou e sua equipe improvisou a luz com o farol do carro da reportagem. Para chegar a luz ao seu rosto, ficou de joelhos.
Um exemplo que a morte não acaba.
Gloria Maria deixa duas filhas adolescentes.
A repórter da TV Globo era mãe de Maria, de 15 anos, e Laura, de 14. As duas foram adotadas em 2009, após uma viagem à Bahia.
O processo de adoção durou 11 meses, e levou a carioca a se mudar de estado para estar mais perto das meninas enquanto a documentação era analisada.