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No livro de Mandetta, a ida à padaria que pareceu monitorada pelo presidente

Do Globo 

Quando comandava o combate à Covid-19 no país, Luiz Henrique Mandetta trabalhava com três projeções. A mais pessimista era de 180 mil mortes, e a mais otimista, de 30 mil. O número que se imaginava atingir era de 80 mil mortes.

O ex-ministro diz agora temer que o Brasil, hoje com 139 mil óbitos, concretize o pior cenário.

“Até o surgimento da vacina é capaz de chegarmos aos 180 mil”.

 

Em seu livro, o senhor sugere que o presidente teria colocado agentes da inteligência para monitorá-lo e constrangê-lo enquanto ainda era ministro. Isso ficou confirmado?

Eu estava com minha esposa no apartamento domingo e tinha saído para uma caminhada ali do lado, comprar chá e pão doce na padaria, a duas quadras de onde eu morava.

Depois, na quinta-feira, achei estranho quando o presidente veio me dizer “hoje eu vou comer sonho na padaria”. E ele foi lá naquela padaria, que é diametralmente longe do Palácio do Planalto, comeu no balcão, criou aglomeração.

Eu pensei, será que que ele veio até aqui para depois eu reclamar em público que ele aglomerou gente mais uma vez? Aí ele poderia dizer “mas você também veio aqui, conforme esta foto”.

Eu me questionei: será que eles estão me monitorando, sabendo onde vou, onde deixo de ir? Eu nunca confirmei ou desconfirmei aquilo, mas era uma coisa estranha.

 
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