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Para Delfim Netto, Bolsonaro está isolado, vai perder para Lula em 2022 e instituições seguem funcionando

O ex-ministro Delfim Netto é o entrevistado do Valor nesta segunda-feira, 5.

Ele fala  absolutamente convicto de que uma ruptura institucional para evitar a volta da esquerda ao poder é um cenário impensável.

Valor: Como o senhor avalia o risco de ruptura institucional em caso de vitória do ex-presidente Lula em 2022?

Delfim Netto: Não creio que haja o menor risco. Acho que ele vai ganhar, e no primeiro turno.

E não vai acontecer nada. O presidente Bolsonaro é forte, mas não ameaça as nossas instituições. Absolutamente ridículo imaginar que o Bolsonaro, perdendo, como vai perder, produzirá uma revolução no Brasil.

Ele está sozinho. Essa que é a verdade. As instituições no Brasil são sólidas.

Valor: Mas o comportamento do presidente Bolsonaro e o clima de polarização do país não deixam dúvidas?

Delfim: Eu acho que o Bolsonaro vai respeitar as instituições.

Não há nenhuma razão, até agora, para se imaginar que ele vai violar a Constituição. Ele não fez isso nenhuma vez. Não vejo que ele seja um risco para a democracia. O respeito à Constituição é dos dois lados. Eu não vejo o Bolsonaro violando a Constituição. Como Lula nunca fez isso também.

O que há é crenças que não tem fundamento no comportamento dos dois. Vai haver eleição, o Lula vai ganhar a eleição, e o Bolsonaro vai dizer o seguinte: Deus me tirou do lugar. Ponto final.

Valor: Tudo isso começou a ganhar força quando ele fez uma reformulação no comando das Forças Armadas…

Delfim: As Forças Armadas são profissionais, são uma instituição nacional, ninguém manda.

Quando o Bolsonaro diz o meu Exército, na verdade, há que se lembrar que ele pertenceu ao Exército. Ele nunca teve o Exército. Não vejo nenhum risco institucional.

 

 

 

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