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Para se reaproximar da Igreja Universal, Bolsonaro quer indicar Marcelo Crivella à Embaixada na África

Do Correio Braziliense 

O governo brasileiro enviou um documento secreto às autoridades sul-africanas em busca de um “agrément” para fazer do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, embaixador do Brasil na África do Sul.

Essa indicação vem sendo mantida sob o mais absoluto sigilo, como é o caso da maioria dos pedidos para a aceitação de embaixadores, de forma a evitar que o país passe pelo constrangimento de uma recusa.

Segundo fontes da diplomacia e da política ouvidas pelo Correio, com o compromisso de terem seus nomes preservados, a embaixada seria a forma de o governo brasileiro mostrar que está prestigiando o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), do qual Crivella é sobrinho e é um dos maiores expoentes políticos da seita.

O fato de o governo brasileiro ter pedido o “agrément” não significa que a África do Sul aceitará. Há casos de recusa de embaixadores. A história recente registra um caso em que Cuba simplesmente não respondeu o pedido e o governo brasileiro foi obrigado a desistir da alocação do diplomata.

O bispo e Bolsonaro passaram por um período de estremecimento no mês passado, por causa da crise entre a IURD e o governo de Angola. No país africano, um grupo de religiosos se rebelou, tomou parte dos templos e denunciou lavagem de dinheiro, racismo e até vasectomia obrigatória aos pastores da seita.

A briga interna da igreja resultou na deportação de 30 pastores. Macedo e a bancada evangélica procuraram o governo em busca de apoio — o religioso, inclusive, conversou inclusive com o presidente da República, a quem apoiou na eleição de 2018.

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