Ícone do site Território Livre

QUANTAS CRÔNICAS


Fazendo de conta que o aprendiz de cronista domina as quatro operações da aritmética, já terá passado de 500 os textículos publicados neste
Território Livre.

Sem contar com os repetecos em tempos de pandemia que sempre trazem uma introdução e o aviso de tratar-se de  material reciclado.

E que, enganado, ninguém vai tomar café requentado nem ouvir miado de lebre.

Levando em conta que  não existem escolas para formar cronistas, não se sabe o formato da curva de aprendizagem, quando atinge o pico e nem mesmo, a duração do processo.

Como em qualquer outra atividade, as dificuldades são maiores no início e gradualmente se equilibram e acochambram.

As desistências existem, são frequentes e multifatoriais mas todas têm em comum um ponto de saturação. Quando atingido, não tem jeito. É sinal de saco cheio. Tchau é a saída boa para ambas as partes.

O mesmo que vem  ocorrendo com certos medicamentos que  são usados sem evidências comprovadas em estudos duplo-cegos, a experiência pessoal que vai se acumulando, deve contar. Ter alguma eficácia.

Só a frequência diária, (incluídas as segundas-feiras) enquanto a imensa maioria dos similares, são hebdomadários ou eventuais, explica o método do aprender fazendo.

Da dor ao gemido, é só um suspiro.

Na contagem dos ativos e conversão das moedas, o equivalente a nove anos e sete meses de publicações, fossem semanais.

Este é o balanço parcial de até onde já foi a paciência do respeitável público leitor.

Daqui pra frente, serão outras cinco centenas.

O jornal O Globo, ao comemorar seus 95 anos  faz um precioso registro dos  colaboradores que passaram por suas colunas.

Escritores, pensadores, artistas. Todos com  pauta livre e  autonomia para escrever o que querem e o que dá nos telhados.

Como em qualquer negócio, trata-se  de processo de compra e venda.

Dispensada a moeda de troca  em papel impresso, o  que se  produz é postado no mercado digital, reproduzido em redes sociais, até atingir o consumidor final.

Que pode ler, fazer scroll dinâmico, deletar, curtir ou simplesmente dar um dislike.

Garantido o constitucional direito ao contraditório e aos comentários, sempre acatados.

Elogiosos ou espinafrantes, pouco importa, sempre registrados em cordiais agradecimentos ou réplicas ferinas e raivosas.

A necessária pausa no noticiário árido e o convite à reflexão sobre todo e qualquer assunto,  por ângulo desfocado do comum, sempre terá a graciosa companhia da ironia e do quase sarcasmo.

Apesar dos líricos, sem um toque de bom humor, não faz o menor sentido ser mais um no armazém de secos e molhados.

João Ubaldo Ribeiro, useiro, vezeiro, em gênero e no grau, já alertava.

Tudo cabe numa crônica.

Ela só não pode é ser chata.

Axé!

Sair da versão mobile