“Eu sou você ontem, mas não desisti” essa poderia ser a resposta do pré-candidato ao Senado, Rafael Motta (PSB) ao” amigo” senador Jean Paul Prates (PT) que hoje declarou ao Agora RN que a Motta serve ao Bolsonarismo, ao Fascismo ao se candidatar, dividido os votos com Carlos Eduardo, do PDT.
Ambos sabem o que é o sabor de ter o sonho e desejo tolhido de exercer a democracia e o simples direito de se candidatar, disputar no voto, sem tapetão ou arrumadinhos de gabinete.
Narrativa que já foi música, aliás, nos ouvidos dos Petistas que hoje partiram o que tanto criticaram…
Ora, ora, Jean Paul, agora suplente do pedetista, sofreu na própria pele o rolo compressor do PT, que o preteriu na disputa da reeleição.
Com a suplência como prêmio de consolação e a perspectiva de ser ministro de Lula em possível vitória, ele engoliu o escanteio dos correligionários e adiou os planos de vencer pela primeira vez no voto popular.
Há que se lembrar, contudo, que JPP chegou a cogitar a saída do PT para o PSB de Rafael Motta. Naquele momento estavam unidos pelo propósito de derrotar o Bolsonarismo no Rio Grande do Norte.
Agora, o propósito se mantém, mas o PT se curvou à aliança com um bolsonarista arrependido, o que Motta, diferentemente de Prates, não aceitou.
Quem mudou e em nome de quê? De quem?
Se JPP desistiu do sonho quer impor ao “amigo” Rafael o mesmo desfecho em nome de que? De quem?
Aliado de primeira hora em 2018, o presidente do PSB foi visto como móveis e utensílios do palanque armado para 2022, como se não precisasse ser ouvido, visto e considerado.
Agora, mostra que têm o fôlego sufocado em JPP para “insistir”. E acredita que vai crescer dentro de um eleitorado majoritário que ainda não definiu seu senador no pleito de outubro.
O PT quer sua desistência e para fazê-lo desistir bate com entrevistas, gestos e insinuações.
Motta respondeu em suas redes sociais com uma imagem que fala mais do que mil palavras; a verdade do que já foi um dia (recente).
Motta poderia responder, atacando e perguntando quem mesmo anti-democrático e ditador? Mas preferiu a diplomacia.
Abaixo o que escreveu o presidente do PSB ao “amigo”: Jean Paul:
Amigo @senadorjean, você deveria ter recebido o apoio integral do PT do RN para disputar a vaga do Senado. Uma pessoa preparada, leal e que nos daria a certeza de oito anos votando de acordo com o interesse da população. Infelizmente não foi o que aconteceu.
Respeito que você tenha aceitado essa preterição e que ache que o nome que você passou a apoiar será melhor senador do que você é. Mas peço que respeite o fato de eu pensar diferente. Como penso que não há como vencer o bolsonarismo com o bolsonarismo. Não há como vencer o fascismo com quem é cúmplice do fascismo.
Somos amigos, Jean. Enfrentamos muitas lutas juntos, estivemos lado a lado nas trincheiras. Preciso pedir para que você não use a sua abertura em veículos de comunicação para tolher o meu direito de ser candidato.
O nosso lado é o mesmo, Jean. Eu nunca fui seu adversário. Sou eu, amigo, o “Rafa”. O mesmo que, nos momentos difíceis, nunca lhe faltou. Falo por aqui porque nos últimos dias, de repente, minhas palavras passaram a encontrar obstáculos.
Espero que o mandato que foi exercido pela governadora Fátima Bezerra e que hoje tem você como titular siga em ótimas mãos, dando a certeza aos potiguares do comprometimento com as boas pautas. Sem arrependimentos, sem frustrações.
Um forte abraço, amigo. Escrevo com o coração. Que Deus abençoe a nossa caminhada! ?