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SERÁ PRECISO VIAJAR?

Que os turistas  brasileiros estaremos impedidos de entrar em diversos países, além de já ser uma realidade, será restrição por tempo indeterminado.

Foi só a curva da contaminação dobrar depois do platô e começar a descida,  para  despertar  o espírito viajeiro. Com evidentes sinais de inquietação.

Cruzar os oceanos e o mar das Caraíbas, só pensar. E sonhar.

Teremos de reinventar nossas próximas viagens. E traçar outros roteiros para as férias, escapadas e feriadões.

A nova ordem será remexer o próprio quintal e explorar o quarteirão (se for permitido ir além da porteira).

Descobrir o que tem de bom na vizinhança e voltar com as novidades de sempre.

E as novíssimas do inesquecível e onipresente assunto.

Sabe o que  os uruguaios estão fazendo  com o que ficou da pandemia?


(Publicação original em 11/07/2019)

TENTAÇÕES URUGUAIAS

De uns tempos pra cá, tem sido impossível sair do país e no balanço da volta, não considerar que todo e qualquer lugar visitado, oferece melhores condições de vida aos seus moradores.

Mesmo vizinhos sul-americanos, com PIB e IDH abaixo dos nossos, antes vistos como lugares apenas interessantes e que estavam a léguas do milagre brasileiro.

Segurança, de andar pelas ruas sem a preocupação de sofrer violência iminente, faz toda a diferença. Com muitos pontos a favor a qualquer outra terra além-fronteiras.

Em cada viagem com múltiplos destinos, mesmo sem intenção, naturalmente um ranking é elaborado. Até para ajudar responder às inevitáveis perguntas:

-Do que mais gostou?  Qual a melhor cidade?  Montevidéu ou Buenos Aires?                                              

A resposta, a mesma de onze entre dez turistas transportados pela CVC.

Se uma era deveras simpática, a outra, uma metrópole como São Paulo, edifícios que lembram os de Paris e  o ambiente alegre do Rio.

Desde que tenho recebido alguns e-mails promocionais de um restaurante de Punta Carretas, bairro nobre da capital uruguaia, estou pensando em pedir um VAR e rever meus conceitos.

Confesso que não lembro bem do lugar. Provavelmente estive lá. Devo ter pedido alguma coisa que não gerou nenhuma lembrança especial e deixado junto com a pesquisa de satisfação do cliente, o endereço eletrônico

Com certa regularidade, o chef de cuisine, comunica  mudanças no cardápio ou algum período de preços promocionais.

O último atiçou a chama  do viageiro que já andava meio apagada.

A Matute Cervecería está com’ un ciclo de cocineros que representan la gastronomía uruguaya.’

Menos pelos quituteiros dos quais nunca tinha ouvido falar, e mais pelo cardápio anunciado.

A partir do preço,  é pra  ficar com água na boca.

Um menu com cinco etapas, acompanhado da degustação de quatro cervejas artesanais e água aromatizada ao gosto do chefe. Tudo isso e mais um ambiente clean, balcão com 40 torneiras de diferentes cervejas, em charmoso bairro, a poucos passos da rambla. Por 800 pesos.                                       Vale os 90 reais e cada  ponto de milhagem do bilhete aéreo.

Quem não gostaria de provar uma sopa de zapallo, uns buñuelos de garbanzo, ou mesmo um simplório gayabo em licor de arazá?

A sopa de jerimum e as rosquinhas de grão de bico, tudo bem. São velhas conhecidas. Mas o araçá, ou qualquer outra goiabinha no licor de uma arvorezinha libertária, é novidade.                     

Sem contar o tempero final. Um leve e discreto toque de ousadia e civismo, no convite irrecusável.

-Volvamos a Uruguay, carajo!

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