Estamos no início de setembro e as campanhas para combater o suicídio tomam conta das redes sociais. E que bom !! Peças publicitárias com frases criativas sobre a necessidade de se pedir … ajuda.
Não restam dúvidas que o caminho é identificar a doença, a depressão ou outras tantas, e buscar… ajuda, logo, tratamento médico.
Mas que ajuda? De um centro clinico, hospital ou profissionais da área, certo?
Não no Rio Grande do Norte, não.
A campanha do Setembro Amarelo do Rio Grande do Norte se restringe a discar para o CVV, Centro de Valorização da Vida.
Não fala em hospitais especializados ou médicos à disposição para tratar o problema, que não está restrito a uma parcela da população que tem acesso a profissionais na rede privada de saúde.
O CVV é um excelente instrumento nesta luta, para auxiliar no Movimento pela Vida. Mas sozinho, sabe-se, não é suficiente.
Onde encontrar o tratamento, de fato, para meu parente que está doente com depressão, com pensamentos suicidas e não tem condições de pagar por isso?
Estudos feitos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que 90% das mortes por suicídio estão ligadas a transtornos mentais, como depressão, bipolaridade, esquizofrenia, alcoolismo e ansiedade.
O auxílio que deve ser procurado, segundo os especialistas, é, antes de tudo, profissional.
O psiquiatra Daniel Kawakami, do Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo), diz que aqueles com ideação suicida devem buscar um pronto-socorro com psiquiatras.
O suicídio, segundo o presidente da ABP, é uma emergência psiquiátrica.
“Se tiver um acidente e quebrar o braço, chamo o Samu. Se tenho dor no peito com irradiação para o braço, chamo o Samu. O mesmo deve ser feito se tiver manifestações psiquiátricas”, afirma Silva. UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) também são opção.
E hoje, no Rio Grande do Norte, se eu chamar se eu chegar numa UPA ou chamar o SAMU com uma urgência psiquiátrica, terei um psiquiatra ou profissional especializado para tratar minha dor?
Se tem, a propaganda não diz…
Fonte: Folha de São Paulo