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Webleitor aborda em (bom) artigo a queda do turismo internacional em Natal

Artigo enviado por webleitor:

“Com uma certa frequência tem sido noticiado na imprensa que a presença de turistas estrangeiros em Natal tem caído muito. Estatísticas mostraram que o ano de 2011, em relação a 2006, apresentou uma redução de 62%. E que a queda de investimentos estrangeiros em 2012 caiu 30% em relação ao ano de 2011, que por sua vez deve ter sido bem inferior ao de 2006.

O pior é que não se percebe por parte dos nossos governantes nenhuma ação no sentido de tentar reverter esses números. Um caso desses ocorrido numa empresa privada traria conseqüências serias para a direção da empresa, como ocorreu no ano passado com uma empresa de petróleo brasileira. Em apenas uma semana o valor das ações da empresa caiu cerca 40% e a providência tomada pelo maior acionista da empresa foi a substituição do presidente da mesma.

Recentemente, devido ainda ao fato do valor das ações continuarem a cair, e devido a exigência de investidores, o novo presidente foi substituído também. Infelizmente, não podemos fazer o mesmo com o prefeito ou com a governadora.

A desculpa que se vê para esses resultados negativos é que com a crise na Europa os europeus têm viajado menos. Na realidade isso não é muito correto, pois outras cidades do Nordeste, como Fortaleza, Recife e Maceió, continuam recebendo turistas europeus em números crescentes.

Pontos que a nosso ver têm afastado os turistas e investidores de Natal:

1) A orla da cidade, principal atração turística, está totalmente degradada.

2) A segurança está cada dia pior. Turistas são assaltados todos os dias na orla da praia. E cada turista assaltado vai recomendar negativamente a cidade para seus amigos.

3) Em 2007 a prefeitura cassou os alvarás de quatro edifícios que haviam sido liberados, por estarem dentro das exigências do plano diretor. Em conseqüência, vários espanhóis, portugueses e italianos que haviam investido lá tiveram prejuízo. Com toda certeza esses senhores também não recomendarão investir ou até mesmo visitar a cidade, que passou a ser considerada um local aonde as leis não valem. Foi um tiro no pé.

4) As praias ainda recebem esgoto e lixo em vários pontos. Esse esgoto e lixo chegam à praia pelas tubulações de águas pluviais. Infelizmente, não vimos ainda nenhuma promotora fazer alguma campanha contra isso. Será que não repercute na mídia? E pior: esse lixo que chega a praia continua lá, pois ninguém retira!

5) Natal está muito cara. Tanto os hotéis como os restaurantes estão cobrando muito caro relativamente a outras cidades turísticas. Um restaurante equivalente é mais caro aqui do que em Lisboa.

6) A cidade continua muito suja, mal iluminada e cheia de buracos. A manutenção de tudo é muito deficiente. Os postes que caem não são substituídos. As lâmpadas que queimam também não são prontamente substituídas. Quando o meio-fio por algum motivo é quebrado ele não é reparado. O mato invade o calçadão. Nem todas as bocas de lobo têm grelhas de proteção, tornando-se uma armadilha para os pedestres. A coleta de lixo, embora tenha melhorado, continua muito deficiente. Não se varrem as ruas. Aparentemente, nada funciona bem. A única coisa que parece que funciona bem é a caiação do meio fio, mesmo que ele esteja quebrado. E isso não é de hoje.

7) Barracas clandestinas são instaladas na praia e continuam lá. São barracas com péssimo aspecto, que não têm a mínima condição de higiene, apesar de venderem alimentos. A Covisa aparentemente também não controla. Com todos esses problemas, muito provavelmente Natal não vai ficar bem na foto da Copa do Mundo.

A maioria desses pontos acima assinalados não é de difícil solução, à exceção do ponto 3, que não tem mais solução. Como uma flecha atirada, isso não tem mais volta a curto prazo. Os demais só dependem dos governantes terem uma equipe interessada em resolver os problemas e que goste da cidade. Alguns deles nem dependem mesmo de grandes investimentos, basta apenas boa vontade.

Uma desculpa muitas vezes alegada para a queda de turistas, é que as empresas aéreas diminuíram o número de voos para cá, sejam voos regulares sejam voos charter. Para mim essa é uma desculpa muito esfarrapada, pois não conheço nenhuma empresa que queira perder dinheiro. Se elas não colocam um maior número de voos é porque elas não têm clientes interessados nos mesmos”.

Eng° Mauricy Terra.

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