Lockdown volta a ser sugerido pela turma da ciência em São Paulo
Enquanto a vacina não vem, a luta contra o Coronavirus continua. E tem que continuar na prevenção. Não há outro caminho.
Ontem o prefeito Álvaro Dias (PSDB) voltou a se reunir com o Comitê Científico de Natal. Os números começam a sinalizar aumento de ocupação de leitos hospitalares.
Na rede privada, um aumento de 12% ainda, mas tem que estancar a onda enquanto é tempo.
Por Mônica Bergamo na Folha
Um grupo de infectologistas de São Paulo enviou carta a amigos para alertá-los de que “há um aumento expressivo de casos de Covid-19 nos hospitais de São Paulo”, que estariam, segundo eles, “lotados” por causa de um aumento “de 100% em alguns serviços”.
GRITO
A carta, enviada em caráter pessoal a pessoas conhecidas, foi assinada por médicos como Giovanna Baptista Sapienza, Marcela Capucho Chiaratin, Renata Guise Azevedo, Natanael Sutikno Adiwardana e Daniel Wagner Santos.
GRITO 2
“Recomendamos fortemente novo ISOLAMENTO DOMICILIAR!”, escreveram eles, em maiúsculas. “Não ir a bares, restaurantes e festas. Não organizem encontros ou eventos sociais. Acreditamos que vocês estejam cansados de tudo isso, mas lembrem-se que nós estamos MUITO mais…. e ainda estamos vendo pessoas morrerem, famílias inteiras contaminadas, e os casos aumentando progressivamente sem nenhuma medida sendo tomada por parte dos governos”, seguem.
GRITO 3
“Estamos em período eleitoral e talvez por isso não haja interesse político em novo ‘lockdown’ agora, mas é uma medida extremamente necessária! Por favor, ajude a controlar a pandemia e se proteja!”, escrevem ainda os médicos.
GRITO 4
O número de pessoas internadas em hospitais privados vem aumentando exponencialmente —no hospital Albert Einstein, eles saltaram de uma média de 55 para 86 nesta semana.
Se desse resultado a Argentina não estava na situação atual
O Hospital do Coração tem hoje, 11 pacientes internados na unidade intensiva para tratamento da COVID-19.
Três estão entubados.
Eleições 2020, o ano em que um vírus deu pausa para que candidatos contaminados abraçassem o eleitor, e eleitor contaminado abraçasse candidato. Mas tudo ficou congelado até ontem, terça-feira.
A Itália, a Alemanha, a França, todos os países de bom senso revendo as flexibilizações, no Brasil, o corpo a corpo das eleições. Todos impressionados com os números de outros países, já os números do Brasil continuam sem merecimento de muita piedade.
No RN, o fingimento da ausência do vírus, com desmonte dos leitos de Covid, fim das entrevistas coletivas. Em Natal, a retomada de um tal estudo, que ninguém viu no mundo, e recomendação de Ivermectina novamente. Farmácias felizes.
Somos um país picadeiro.