A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, acendeu a pira olímpica da mais recente polêmica mundial, ao defender sem rodeios nem meias-palavras que, por razões climáticas, “precisamos reduzir a população mundial.”
Especialistas em envelhecimento, economistas e técnicos em previdência não falam mais em “explosão demográfica”, mas alertam para as dificuldades em alimentar todos, sem consumo de proteínas de outros animais e produtos agrícolas ecologicamente adequados.
Yuval Noah Harari, autor dos megassucessos Sapiens, 21 Lições para o Século 21 e Homo Deus, é ainda mais explícito ao prever que a população mundial está repleta de pessoas inúteis e que deverá passar por um grande corte de cabelo no futuro, porque muitos não são mais necessários.
Por causa do rápido crescimento das tecnologias inteligentes e da força de trabalho em rápida mudança, Harari explica que as pessoas comuns estão preocupadas com a possibilidade de serem ignoradas e deixadas para trás, em uma sociedade dirigida por pessoas inteligentes.
“Nós não precisamos da grande maioria da população e estamos trabalhando para nos livrar de pessoas inúteis porque o futuro é desenvolver tecnologias cada vez mais sofisticadas, como inteligência artificial e bioengenharia.”
Harari passeia pela História do século 20, lembrando o que era comum a todas as histórias.
A liberal, a fascista, a comunista.
Os grandes heróis eram as pessoas comuns, não necessariamente todas as pessoas, mas para quem vivia na União Soviética na década de 1930, por exemplo, a vida era sombria.
Quem olhava para os cartazes de propaganda que mostravam o futuro glorioso, se sentia que estava lá.
Os anúncios mostravam metalúrgicos e fazendeiros em poses heróicas.
Era o porvir.
Para Harari, agora, as grandes ideias são sobre engenharia genética, blockchain e globalização.
E as pessoas não se veem mais lá.
Eu, você.
Nós, não fazemos mais parte da História do Futuro.