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O MEU, O SEU, O NOSSO FUTURO

Enterro na Rede – 1944) – Cândido Portinari – MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand


A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, acendeu a pira olímpica da mais recente polêmica mundial, ao defender sem rodeios nem meias-palavras que, por razões climáticas, “precisamos  reduzir a população mundial.”

Especialistas em envelhecimento, economistas e técnicos em previdência não falam mais em “explosão demográfica”, mas alertam para as dificuldades em alimentar todos, sem consumo de proteínas de outros animais e produtos agrícolas ecologicamente adequados.

Yuval Noah Harari, autor dos megassucessos Sapiens, 21 Lições para o Século 21 e Homo Deus, é ainda mais explícito ao prever que a população mundial está repleta de pessoas  inúteis e que deverá passar por um grande corte de cabelo no futuro, porque muitos  não são mais necessários.

Por causa do rápido crescimento das tecnologias inteligentes e da força de trabalho em rápida mudança, Harari explica que as pessoas comuns estão preocupadas com a possibilidade de serem ignoradas e deixadas para trás, em uma sociedade dirigida por pessoas inteligentes.

Nós não precisamos da grande maioria da população e estamos trabalhando para nos livrar de pessoas inúteis porque o futuro é desenvolver tecnologias cada vez mais sofisticadas, como inteligência artificial  e bioengenharia.”

Harari passeia pela História do século 20, lembrando o que era comum a todas as histórias.

A liberal, a fascista, a comunista.

Os grandes heróis eram as  pessoas comuns, não necessariamente todas as pessoas, mas para quem vivia na União Soviética na década de 1930, por exemplo, a vida era sombria.

Quem  olhava para os cartazes de propaganda que mostravam o futuro glorioso, se sentia que estava lá.

Os anúncios mostravam metalúrgicos e fazendeiros em poses heróicas.

Era o porvir.

Para Harari, agora, as grandes ideias são sobre engenharia genética, blockchain e globalização.

E as pessoas  não se veem mais lá.

Eu, você.

Nós, não fazemos mais parte da História do Futuro.

 

Os Retirantes (1944) – Cândido Portinari – MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

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