3 de maio de 2024
Política

Alexandre de Moraes proíbe Bolsonaro de ter contato com o presidente do seu próprio partido

Em ano de eleições municipais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está proibido de se comunicar com o presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto.

Bolsonaro, Valdemar e seus principais aliados foram alvos de operação da Polícia Federal que apura a participação em uma tentativa de golpe de Estado para invalidar as eleições de 2022.

A diligência foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão do magistrado dá 24 horas para o ex-presidente entregar o passaporte e proíbe que ele se comunique com outros investigados.

A medida de Moraes pode impactar diretamente na campanha para as eleições municipais deste ano. Apostando na polarização e na imagem de Bolsonaro, o PL traçou como meta para o pleito de 2024 eleger mil prefeitos no país. Mas, agora, Bolsonaro não pode discutir a estratégia eleitoral com Valdemar por causa dessa determinação. 

O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, confirmou nas redes sociais que o ex-presidente vai entregar seu passaporte à Justiça. 

“Em cumprimento às decisões de hoje, o Presidente Jair Bolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes. Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão, que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados”, afirmou o advogado nas redes sociais.

O auxiliar citado na postagem de Wajngarten é Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro na Presidência e considerado um dos pilares do ‘gabinete do ódio’. 

Wajngarten escreveu ainda que a única vez que Bolsonaro saiu do Brasil recentemente, avisou ao STF. “Relembro aqui que na única vez que o Presidente @jairbolsonaro saiu do Brasil, num passado próximo, a convite do Governo eleito da Argentina, os Advogados peticionaram ao Supremo consultando e comunicando”, publicou na rede X (antigo Twitter).

Filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também foi às redes sociais criticar a operação. “A política do Brasil hoje é feita no Supremo Tribunal Federal”, publicou.

Fonte: Valor Econômico