5 de maio de 2024
Cotidiano

Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo: entenda a condição e seus primeiros sinais

Estabelecido em 2007, o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo é celebrado anualmente em 2 de abril e tem como objetivo difundir informações à população sobre a condição, com vistas à redução da discriminação.

Conforme o Ministério da Saúde, os Transtornos do Espectro Autista (TEAs) surgem na infância e tendem a persistir na adolescência e vida adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros cinco anos de vida e as pessoas afetadas pela condição podem ter condições comórbidas, como epilepsia, depressão e ansiedade. Já o nível intelectual varia muito de um caso para outro, alternando de comprometimento profundo a casos com altas habilidades cognitivas.

Dr. Gilberto Ferlin, otorrinolaringologista e foniatra no Hospital Paulista, destaca que os TEAs têm como um de seus critérios diagnósticos a falha na comunicação social e explica que, embora inicialmente os sintomas apresentados possam ser parecidos, não há relação direta entre os transtornos e a deficiência auditiva.

“O deficiente auditivo, dependendo do grau da perda auditiva e do ambiente onde se encontra, embora não apresente falha na comunicação social, como o TEA, pode, por não ouvir, não responder a chamados e não conseguir se comunicar efetivamente. Por isso, é fundamental, antes de fechar o diagnóstico de autismo, ter um diagnóstico audiológico consistente, principalmente em crianças. Quanto menor a criança, mais importante é o diagnóstico audiológico antes de se pensar em TEA”, reitera.

O especialista pontua que, muitas vezes, os primeiros sintomas notados pelos cuidadores – não necessariamente os que primeiro aparecem -, tanto no autista como no deficiente auditivo, são muito semelhantes, como, por exemplo, não responder às conversas, nem mesmo ao chamado do nome, e o atraso na fala. Ambas as características devem estar presentes por volta do primeiro ano de vida e sua ausência constitui sinal de alerta para possíveis alterações no desenvolvimento infantil.

Nesse contexto, ressalta o otorrino, é fundamental que o diagnóstico audiológico seja consistente e o mais breve possível. Em geral, o paciente com TEA, mesmo com audição normal, não responde ao chamado pelo seu nome. Muitas vezes, também, não dá atenção aos sons ao seu redor, sendo esse um dos motivos para o diagnóstico audiológico, que permite avaliar e quantificar, segundo o método utilizado, a audição.

“Deficientes auditivos e autistas podem se confundir num primeiro olhar. Evidentemente, existem outros sintomas na comunicação social que os diferencia, como o olhar, por exemplo – embora não seja o único. Autistas podem também, ao contrário, manifestar irritação ou agressividade a determinados tipos de sons em intensidade (volume) não tão elevadas”, ressalta o médico.