3 de maio de 2024
Estado

Médico do Maria Alice apoia recursos do TJ e desabafa: “Crianças podem morrer”

A situação do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes na área do atendimento intensivo a crianças é “dramática” na avaliação do cirurgião pediátrico Ulysses Cavalcante, um dos mais requisitados e experientes médicos deste segmento no Rio Grande do Norte. Na opinião dele, parte da ajuda oferecida pelo presidente do TJRN ao Executivo (R$ 100 milhões), serviria para a compra de equipamentos e insumos que podem contribuir para salvar muitas vidas. “Crianças podem morrer sem este tipo de serviço”, desabafa. 


A unidade hospitalar situada no Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, agora só conta com cinco leitos para a UTI Neonatal (para bebês com até 30 dias de vida). A Pediátrica foi fechada há poucos dias. A quantidade de leitos intensivos foi reduzida pela metade. 


Ulysses explica que a demanda do hospital é pela UTI Pediátrica, pois o Maria Alice não tem obstetrícia. Portanto, a demanda real é o atendimento à casos que precisem de internação para a população a partir de 31 dias de vida até os 15 anos. Na opinião, do cirurgião, os recursos oferecidos pela Presidência do Judiciário potiguar podem reduzir dificuldades do dia a dia como a compra de equipamentos e material para os profissionais da saúde poderem trabalhar. “Faltam insumos, faltam máscaras para os médicos operarem”, destaca o médico. 


Para o profissional, a sociedade precisa abraçar esta causa em favor das garantias mínimas para o funcionamento da rede estadual de saúde. Essa situação atinge ricos e pobres. “A gente acha que não vai precisar, pois existe a rede privada, mas vale lembrar que há 13 anos não se faz hospitais em Natal. Os dois privados que dispõem de UTI Pediátrica vivem cheios, não têm vagas”, observa Ulysses Cavalcanti.