3 de maio de 2024
Política

PF apura mais de 30mil acessos ilegais da Abin

Peritos e investigadores da Polícia Federal (PF) trabalham para tentar resgatar cerca de 30 mil acessos ilegais ao sistema de rastreamento utilizado de forma ilegal por servidores da Agência Brasileira de Informação (Abin) — a suspeita é de que os registros tenham sido apagados após o início das investigações.

De acordo com fontes ouvidas pelo Valor, o esforço teria foco na análise de resíduos de informações — uma espécie de rastro deixado pelos operadores do sistema de geolocalização mesmo após comando para deletar as entradas no aplicativo.

Na primeira etapa da apuração, a PF conseguiu identificar apenas 1,8 mil acessos ilegais. Se os demais registros forem recuperados, a tendência é de que novas fases da Operação Última Milha sejam deflagradas.

A espionagem, que permitiu saber o deslocamento de “alvos” escolhidos pela Abin, teria ocorrido entre 2019 e2021, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), para rastrear supostos adversários do ex-presidente, entre políticos, jornalistas, advogados, servidores do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois servidores presos pela PF na sexta-feira foram demitidos no mesmo dia pela Casa Civil.

A PF afirma que o grupo utilizou um “software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira” para realizar invasões “reiteradas vezes, com a utilização de serviço adquirido com recursos públicos”.

Fonte: Valor Econômico