4 de maio de 2024
Poder

PF faz operação e mira pessoas ligadas a Lula e a Odebrecht

Do G1

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (20) uma operação batizada de Janus que investiga contratos da construtora Odebrecht com o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O petista não é foco direto das diligências realizadas pelos policiais federais em São Paulo, em Santos e no Rio de Janeiro, mas é citado nas investigações. O Ministério Público Federal afirma que a operação apura se Lula praticou tráfico internacional de influência em favor da Odebrecht.

Em julho de 2015, a Procuradoria da República no Distrito Federal abriu inquérito para investigar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente. O alvo das investigações são viagens internacionais feitas por Lula que teriam sido bancadas pela Odebrecht. Entre os países visitados pelo petista com patrocínio da maior construtora brasileira estão Cuba, República Dominicana, Gana e Angola.

Os alvos da Operação Janus são suspeitos de terem cometido os crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, informou a assessoria da PF.

A Justiça Federal expediu quatro mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir depor). O inquérito que embasou os mandados judiciais foi aberto em 23 de dezembro.

Apesar de ser sobrinho da primeira mulher do petista, Taiguara era conhecido como “sobrinho de Lula”. O sócio do empresário santista, José Emmanuel de Deus Camano, também foi obrigado a prestar depoimento nesta sexta à PF. Os dois estavam hospedados em um hotel no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, e foram levados para prestar esclarecimentos na superintendência da Polícia Federal na capital fluminense.

Ao G1, a assessoria da Odebrecht informou que a empresa não irá comentar a nova operação da PF. Até a última atualização desta reportagem, o G1 não havia localizado as defesas de Taiguara e Camano.

A Polícia Federal explicou que o nome da operação é uma referência ao deus romano Janus (ou Jano). Ainda de acordo com a corporação, a menção à divindade latina de duas faces, que olha ao mesmo tempo para o passado e para o futuro, tem o objetivo de mostrar “como deve ser realizado o trabalho policial, sempre atento a todos os lados e aspectos da investigação”.