3 de maio de 2024
Política

Rajadas de vento três vezes mais velozes são registradas no litoral do RN

Os ventos no Rio Grande do Norte neste início de julho de 2023 superam a marca dos 30km/h na faixa litorânea do Estado. Os dados do Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) registram aumento de mais de 200%, em relação à média histórica, que é de 10km/h. Este cenário decorre da intensificação do Centro de Alta Pressão Atmosférica do oceano Atlântico Sul, mais forte do que o normal, provocando ventos de sul/sudeste mais intensos.

“O mês de julho não é característico de ventos fortes, no entanto este ano as rajadas estão ultrapassando os 30km. Para agosto, setembro e outubro, a previsão é de ventos mais calmos pela influência do fenômeno El Niño estabelecido no oceano Pacífico e causando bloqueios sobre o Nordeste”, explicou o chefe da unidade Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot.

Balanço de chuvas

Em junho de 2023 choveu abaixo do esperada em todas as regiões do Rio Grande do Norte. A média estadual foi de 76,6 milímetros (mm) correspondendo a 21,2% abaixo do normal. O mês de junho é menos chuvoso nas regiões Oeste e Central do Estado, que se encontram no período de estiagem; e mais chuvoso nas regiões Leste e Agreste Potiguar, porém nestas localidades choveu 36,6%.

“As chuvas ocorridas no mês de junho de 2023 no Estado apresentaram índices baixos e distribuições temporal e espacial bastante irregulares, características que prejudicaram a atividade agrícola nas regiões Agreste e Leste do Estado”, comentou Bristot.

O meteorologista explica ainda que esse cenário é fruto da “predominância do vento soprando do quadrante sul/sudeste, prejudicando desta forma a ocorrência de chuvas ao longo de toda a faixa litorânea leste e na região Agreste do Estado. Essa configuração do vento soprando de sul/sudeste foi resultado do posicionamento do Centro de Alta Pressão do Oceano Atlântico Sul, que esteve menos intensa e mais deslocada para próximo das regiões sul/sudeste do Brasil”.

Para os próximos meses os efeitos de El Niño (aquecimento acima do normal das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial) deverão provocar aumento nas temperaturas devido a formação de bloqueios atmosféricos que diminuem a formação dos ventos na região Nordeste. “No oceano Pacífico, praticamente tivemos o início do Fenômeno El Niño que deverá influenciar nas condições climáticas durante os próximos meses, nem tanto na condição de chuva, mais com aumento das temperaturas”, finalizou.