4 de maio de 2024
CULTURA

10 páginas na Veja: Quem quer abater Rogério Marinho?

Da VEJA 

POLÍTICO habilidoso e ponderado, Rogério Marinho vive uma espécie de redenção pelas mãos de Jair Bolsonaro. Depois de fracassar em 2018 na tentativa de renovar o seu mandato para a Câmara dos Deputados, ele foi convidado pelo presidente para assumir a Secretaria Especial de Previdência Social e do Trabalho, subordinada ao Ministério da Economia. Sua missão inicial foi trabalhar pela reforma previdenciária, aprovada ainda em 2019.

A atuação de destaque numa pauta prioritária lhe garantiu prestígio e, posteriormente, uma promoção para o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional. No comando da pasta, Marinho ganhou status de articulador político, conselheiro do presidente e até artífice de algumas propostas ousadas na área econômica.

Foi dele a sugestão para que o governo, mesmo diante do rombo das contas públicas, liberasse mais recursos para investimentos — estratégia controversa que ajudou a reaquecer a economia, impulsionou a popularidade de Bolsonaro e, de quebra, também as campanhas de políticos aliados. Histórias e personagens do passado, porém, podem atrapalhar a ascensão meteórica do ministro.

No mês passado, um oficial de Justiça foi ao Ministério do Desenvolvimento Regional e intimou Rogério Marinho a prestar depoimento no dia 6 de novembro. O ministro é réu em uma ação civil de improbidade ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, em 2014, na qual é acusado de enriquecimento ilícito, danos ao erário e violação aos princípios administrativos. Paralelamente, responde a um processo pela prática de 21 casos de crime de peculato.

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O motivo das duas ações é o mesmo: Marinho é acusado de, enquanto presidente da Câmara Municipal de Natal, entre 2005 e 2007, autorizar a contratação de funcionários-fantasma para que vereadores, inclusive ele próprio, embolsassem os recursos. Esse tipo de fraude, quando comprovada, é um clássico dos manuais de picaretagem, uma variante mais audaciosa da famosa rachadinha, mas com o mesmo propósito: desviar dinheiro público.

Os investigadores do Rio Grande do Norte dizem ter descoberto um grupo de 35 servidores contratados pela Câmara de Vereadores que não aparecia para trabalhar, mas recebia religiosamente os salários — quase sempre um conluio entre o político e o funcionário, que, no fim, partilhavam os lucros. Haveria ainda um subgrupo mais audacioso, composto de gente que nem sabia que seu nome estava sendo usado. Eram os super fantasmas.

A matéria traz os supostos fantasmas com rosto, profissão e nome. São vendedoras que nunca deram expediente na Câmara ou uma médica que atendia na casa do próprio Marinho e não sabia que recebia seu salário da Câmara Municipal.

Procurado por VEJA, Rogério Marinho, que hoje comanda um orçamento de 33 bilhões de reais, infelizmente não quis comentar o caso. Seu advogado, André Castro, negou todas as acusações:

O ministro vai ter oportunidade de explicar tudo nessa fase de instrução do processo. 

 TL COMENTA

A pergunta que não quer calar é; quem quer queimar o ministro que conquistou a simpatia e confiança do Presidente Bolsonaro nos últimos meses?

Outro fato interessante de se lembrar é que quando foi convidado pelo então padrinho Paulo Guedes para integrar a equipe  no Governo Bolsonaro,  Marinho entregou cópias dos processos que figurava como parte, inclusive essa de fantasmas na Câmara e o fato foi recebido com naturalidade. Por quê agora?

Hoje, a certeza que tem fogo amigo ou inimigo como companhia – por mais habilidade que o potiguar já tenha provado.

One thought on “10 páginas na Veja: Quem quer abater Rogério Marinho?

  • observanatal

    A quem Rogério Marinho incomoda? Tanto pode ser lá em Brasília, como pode ser por aqui. Um somando com o outro.

    Daqui sempre saem denúncias não pensando no bem comum, mas pensando em destruir o outro. Rogério em alta é um risco para o projeto de muitos políticos do RN; assim como para o time de Guedes.

    Resposta

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