ENQUANTO ISSO, NO SALÃO OVAL
Ainda rouco, o Presidente Trump tem feito todo o esforço para mostrar plena recuperação da doença de que tanto havia desdenhado.
Detalhes revelados das prováveis oportunidades de contaminação e tratamento recebido, não deixam dúvidas das suas responsabilidades.
O que poderia ser feito e evitado e não têm justificativas.
As soluções simplórias, tantas vezes repetidas, não valeram pra ele e as sofisticadas, não estão acessíveis a mais gente.
Familiares e amigos enlutados estão fazendo seu julgamento e desta vez as pesquisas de intenção de votos podem ser confirmadas, em menos de 20 dias.
Não sobrou tempo para a convalescença.
Numa disputa sem segundo turno, com voto facultativo, confuso processo eleitoral e de apuração dos votos, a pandemia ainda não controlada é o fator que mais pesará na escolha dos indecisos e da maioria silenciosa.
Outros temas tão eletrizantes, como a retomada econômica, eclosão do racismo latente e violência policial, abrem espaço para uma outra preocupação adormecida.
Onde estão as novas lideranças e aqueles candidatos destemidos e impetuosos?
O país que vinha confiando seus destinos a candidatos jovens e arrojados, está diante de uma escolha madura.
Seguramente, não são mais os tempos que Kennedy inaugurou.
O retrato mais fiel da nova maneira de fazer política, mostrado na TV, direto da mais branca e exposta de todas as casas, em cenas familiares e do inquilino saudável e atlético, inacabado pela tragédia, teve continuidade nas outras eleições.
Sucedendo a três dos mais novos da galeria, Clinton, Bush Filho e Obama, Trump não vinha causando preocupações e se mostrava perfeitamente apto a renovar o mandato aos 74 anos. Nada desmanchava seu topete nem abalava a arrogância.
Seu competidor, aos 77, neste item, levava desvantagem.
Ambos mostrados pelo marketing, velhotes ativos.
Em partidas de golfe, vigorosos handshakes e agilidade na hora de subir as escadas do avião.
Agora, o processo de recuperação da Covid-19 entra na agenda das campanhas e na mira do eleitor.
Onde jornais e redes de notícias declaram preferência por candidatos, o The New York Times publica matéria sobre o agravamento da senilidade nos que sobreviveram à pandemia.
O opositor, mesmo obediente às recomendações de uso de máscara e distanciamento controlado de perto pela patroa, não escapa da polêmica.
Uma incontrolável cochilada ao ouvir discurso enfadonho e um simples lapso de memória, ao pedir voto pra senador, não passam despercebidos e acendem também luzes de alerta.
É hora de reforçar a confiança, dar mais importância e de trazer para o centro do palco e holofotes, os personagens coadjuvantes.
Os republicanos, aqui também estão em curva descendente.
Até a mosca do debate percebeu.
Dos atributos da candidata a vice, mulher e negra, os democratas acrescentam, com ênfase, os seus 55 anos de idade.
Subliminar, meu caro Biden.