2 de maio de 2024
Política

A BATALHA FINAL

 

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O quinto selo do Apocalipse (1608-1614) – El Greco – MoMa, Museu Metropolitano de Arte, Nova Iorque


Depois do maior escândalo de corrupção nunca antes visto na história deste país, e em plena pandemia, não se poderia esperar uma notícia tão bombástica.

Ninguém ficaria de fora da próxima eleição.

A lembrança da profecia do Armagedom deslocou a manchete do número recordes de mortes em um único dia, para os cantos de página de todos os jornais.

Mesmo se tivesse acontecido a queda de sete aviões lotados de passageiros (o que se repetiu  por meses seguidos), o anúncio da decisão judicial foi mais impactante.

O entendimento do sacerdote supremo que prevaleceu ao de todos os  outros doutores das leis, foi o sinal que o maior dos embates estava por vir.

A bomba estourou nas redes sociais, operando o milagre da divisão instantânea das águas que andavam turvas e tumultuadas.

Misturadas, derramavam-se fora dos cursos, como se esperassem alguém para drená-las em direção a alguma represa que ajudasse o povo a viver melhor.

A moeda podre voltou a ser dividida em duas metades.

O que é pedra, o que é pau, com rótulos bem à vista.

Contra ou a favor, sem lugar para espectadores em cima do muro, sem brecha para uma terceira via.

Sem intermediários, sem postes, sem postos de combustíveis.

Quem esperava  o aparecimento de algum novo messias ou salvador da pátria, ficou sabendo que o confronto derradeiro seria entre as tropas dos velhos comandantes, nenhum inocente e puro.

Com data, 02/10/2022, marcada.

Famílias que ainda choravam as perdas dos mais queridos, vivendo o mesmo cisma de três anos atrás.

O exército real, composto por mercenários, pronto e coeso, se não faltar munição, nem verbas do orçamento secreto, nem cargos comissionados.

Para manter as posições, o regente conta com o fascínio que as auxílios-miseráveis possam exercer.

Como desafiante, renascido das cinzas dos processos incinerados no supremo altar, o general que mais disputou torneios eleitorais, volta com o fiel exército que sobreviveu às mais agourentas previsões dos cientistas políticos.

Os sinais estão escritos no livro do Apocalipse:

Cairá do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha.

O diabo não é fácil de ser batido e conseguirá se libertar e voltar para a batalha final

Do outro lado, 

Personagens igualmente assustadores, como quatro cavaleiros espalhando fome, guerras e peste

Estudiosos das escrituras tentam desvendar os mistérios.

Falam de um  falso Brahma, aquele que diz, nada existir antes dele.

E de uma Besta-fera que acompanhada dos seus garotos, espalha discórdia e fakenews.

Que os orixás salvem o Brasil.

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Santo André e São Francisco (1595) – El Greco – Museu do Prado, Madri

One thought on “A BATALHA FINAL

  • GERALDO Batista de Araújo

    Perfeito. O apocalipso está chegando. Vamos orar.

    Resposta

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