A CURA DE UM PRECONCEITO
Desde que um comprimido azul em forma de losango foi aprovado, nenhum medicamento havia feito tanto sucesso e gerado tanta polêmica.
Ganhou o mundo numa incrível distribuição, sem logística planejada.
Foi motivo de chacota, pilhérias e piadas.
Durante muitos anos, o tempo da patente pela proteção intelectual da marca, o Viagra foi o medicamento mais prescrito de todos.
O mais consumido.
E o mais falsificado.
Com o surgimento da pandemia, concedidos os devidos descontos, outro fármaco atingiu semelhante patamar.
Quando se notou que não fazer nada, que esperar a cura espontânea ou a vacina fabricada a toque de caixa, não eram tratamentos, começaram a ser testadas drogas para todo gosto e raciocínio clínico.
Das mezinhas caseiras aos mais modernos (e caros) imunobiológicos.
O apadrinhamento por mandatários, a partidarização e o descrédito pelos cientistas ávidos por evidências precoces, desencadearam uma guerra que não teve armistício nem depois que chegaram os imunizantes que não previnem a mazela.
Fazendo parte da lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde e com selo de segurança conferido pelo abrangente uso, incluído o veterinário, um vermífugo usado há 50 anos, despontou para a glória.
E a quase desgraça.
Sem apoio da academia, com uso desaconselhado por entidades médicas e mídia negativa, a sabedoria popular prevaleceu.
Se não fizer bem, mal não fará.
A Ivermectina surfou todas as ondas e chega na praia dos resfriados sazonais como primeira opção – de muitas – para tratamento inicial, de casos sem outras complicações.
O FDA, o equivalente à ANVISA norte-americana, em 2021, publicou uma página intitulada “Porque você não deve usar a Ivermectina para tratar ou prevenir a Covid-19”.
Um ano depois, em um tribunal federal no Texas, a mesma agência argumentou que a orientação contra o uso de Ivermectina para o tratamento precoce de covid-19 “não era obrigatória“, apenas uma recomendação.
Na Medicina, a verdade sempre aparece.
Mas, nem sempre sai na grande mídia.