2 de maio de 2024
Coronavírus

A CURA DE UM PRECONCEITO

A Menina Doente, (1896) – Edvard Munch – Museu de Arte de Gotemburgo, Suécia.


Desde que um comprimido azul em forma de losango foi aprovado, nenhum medicamento havia  feito tanto sucesso e gerado tanta polêmica.

Ganhou o mundo numa incrível distribuição, sem logística planejada.

Foi motivo de chacota, pilhérias e piadas.

Durante muitos anos, o tempo da patente pela proteção intelectual da marca, o Viagra  foi o medicamento mais prescrito de todos.

O mais consumido.

E o mais falsificado.

Com o surgimento da pandemia, concedidos os devidos descontos, outro fármaco atingiu semelhante patamar.

Quando se notou que não fazer nada, que esperar a cura espontânea ou a vacina fabricada a toque de caixa, não eram tratamentos, começaram a ser testadas drogas para todo gosto e raciocínio clínico.

Das mezinhas caseiras aos mais modernos (e caros) imunobiológicos.

O apadrinhamento por mandatários, a partidarização e o descrédito pelos cientistas ávidos por evidências precoces, desencadearam uma guerra que não teve  armistício nem depois que chegaram os imunizantes que não previnem a mazela.

Fazendo parte da lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde e com selo de segurança conferido pelo abrangente uso, incluído o veterinário, um vermífugo usado há 50 anos, despontou para a glória.

E a quase desgraça.

Sem apoio da academia, com uso desaconselhado por entidades médicas e  mídia negativa, a sabedoria popular prevaleceu.

Se não fizer bem, mal não fará.

A Ivermectina surfou todas as ondas e chega na praia dos resfriados sazonais como primeira opção – de muitas – para tratamento inicial, de casos sem outras complicações.

O FDA, o equivalente à ANVISA norte-americana,  em 2021, publicou uma página intitulada “Porque você não deve usar a Ivermectina para tratar ou prevenir a Covid-19”.

Um ano depois, em  um tribunal federal no Texas, a mesma agência argumentou que a orientação contra o uso de Ivermectina para o tratamento precoce de covid-19 “não era obrigatória“, apenas uma recomendação.

Na Medicina, a verdade sempre aparece.

Mas, nem sempre sai na grande mídia.

 

A mãe morta e a criança (1899) – Edvard Munch – Galeria do Museu Nacional de Oslo, Noruega

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