2 de maio de 2024
Imprensa Nacional

A MULHER MATOU O MARIDO

Homem lendo o jornal (1905) – José Malhoa – Museu de José Malhoa, Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, Caldas da Rainha, Portugal


Esqueçam a régua e o compasso.

No mundo da globosfera, o caminho cada um mesmo traça.

Não custa porém, ouvir experts que caíram nesta vida volátil e mutante há mais tempo.

Fazer o que nunca foi ensinado.

Aprender fazendo.

Caminhos e atalhos para atingir a maior parcela possível do público, mesmo sem saber ao certo onde penduraram seu alvo.

A princípio, pessoas dispostas a gastar dois minutos do precioso líquido temporal com  a visão de alguém com quem vem estabelecendo relação de leitor diário, sobre fatos (já divulgados), estórias e reflexões.

Os furos e a primeira mão cada vez mais, bastardos.

De mais valor neste mercado persa da 4, a publicação em sites estruturados que checam a veracidade da notícia, e conferem credibilidade antes do incontrolável encaminhamento.

Objetividade e pouco floreio para quem foi treinado em mandar ver e entender a mensagem por mais complexa, em 140 toques.  Tudo na ponta do dedo que um dia, cansado de tanto esforço repetido, acabará em LER.

Dica duca.

Tudo começa ou termina no título. Nele a distância entre virar ou rolar a página.

Se o querido leitor de todo gênero chegou até aqui, é porque ficou curioso em saber do machocídio.

Está no frontispício e foi o pegão repetido pelas ruas de Petrópolis, Tirol e Cidade Alta,  há cinquenta anos, pelos gazeteiros.

Alberís era o nome de um dele.

Quando os jornais davam-se ao luxo de não ter assinantes, a venda era avulsa ou por freguesia, com pagamentos semanais, direto ao entregador das notícias do dia anterior, nas madrugadas.

Quando nada de novo acontecia na pacata cidade que se orgulhava de ter em cada esquina, um poeta, em cada rua, um jornal, para turbinar as vendas, a manchete anti-bóia não falhava.

Por mais leitores, os ficcionistas da redação, transformaram a 2 de novembro no french quarter de Nova Orleans. O medo do vampiro multiplicava visualizações (sobrenaturais) e fazia trabalhar  mais rápido, as rotativas.

Hoje o mesmo conselho para fisgar pelas guelras, o errante navegante sem bússola nem astrolábio.

Acertem no título.

O post vai bombar.

Gozando os rendimentos (1893) – José Malhoa – Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

(Com alterações, este texto foi publicado em 12/12/19)

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