2 de maio de 2024
Imprensa Nacional

A ótica “parasita” de Guedes tem eco no Nordeste e no RN?

 

parasita-3

Em defesa do projeto de emergência fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou servidores públicos a parasitas, que estão matando o hospedeiro (o governo) ao receberem reajustes automáticos enquanto estados estão quebrados.

“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa”, afirmou. “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita”, afirmou, defendendo o fim dos reajustes automáticos.

O projeto de reforma administrativa está em análise no Congresso e abre a possibilidade de estados em crise adotarem medidas emergenciais, como a suspensão dos reajustes. Seriam elegíveis estados que ultrapassarem indicadores máximos de endividamento ou gastos obrigatórios.

“O governo está quebrado, gasta 90% da receita com salário e é obrigado a dar aumento”, argumentou o ministro.

Após a fala de Guedes, o ministério da Economia, em nota à imprensa, disse que a fala do ministro foi tirada de contexto e afirmou reconhecer a qualidade do servidor público brasileiro.

Para defender a proposta, Guedes citou pesquisa Datafolha que diz que 88% dos brasileiros são à demissão de servidores por mau desempenho.

“A população não quer mais isso”, afirmou, recebendo muitos aplausos.

Ele criticou também repasses obrigatórios aos Legislativos e Judiciários estaduais —conhecidos como duodécimos— e tempos de crise, alegando que enquanto os demais poderes mantém os salários em dia, governadores são obrigados a cortar serviços essenciais.

Para defender as mudanças, o governo tem argumentado que os custos do funcionalismo dispararam nos últimos anos, sem melhora correspondente na qualidade do serviço prestado. A ideia é reduzir a velocidade das promoções e a estabilidade do servidor.

 TL COMENTA 

A fala encontra eco, claro, na maioria dos brasileiros que votou no Presidente Bolsonaro por querer ver o Brasil como país liberal num futuro próximo.

Mas trazendo para realidade local, até que ponto a fala se coaduna com ações e práticas? Até que ponto o crítico de fila de banco ou mesa de bar abriria mão do próprio aumento ou de familiares em favor de uma causa maior; o Brasil acima de todos.

Mais. Qual seria a alternativa para a falta de obrigatoriedade dos duodécimos? Sem orçamento próprio, como viveria, por exemplo, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte? Trabalho voluntário ou fecharia o Poder Legislativo?

Há quem veja na boa intenção do Ministro Guedes uma dose para elefante.

“Quer acabar com o hospedeiro para matar o parasita”.

One thought on “A ótica “parasita” de Guedes tem eco no Nordeste e no RN?

  • observanatal

    Guedes, ás vezes, parece que ainda não tem noção do que é a máquina pública. Há muitos no serviço público que são parasitas mesmo, que não fazem outra coisa a não ser bajular, criar polêmica e fazer bobagens. Mas há muitos servidores que carregam pianos enormes, e entram no mesmo saco de farinha dos parasitas.
    Quanto ao sonhado liberalismo brasileiro, não funciona porque é feito e sonhado em primeira pessoa. É o eu acima de todos, o nós é discurso hipócrita.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *