A terceira dose e o ‘big business’

Fonte: The New York Times, 28/07/2021

A Pfizer informou nesta quarta-feira que o poder de sua vacina Covid de duas doses diminui um pouco com o tempo, mas ainda assim oferece proteção duradoura e robusta contra doenças graves.  A empresa sugeriu que uma terceira dose poderia melhorar a imunidade, mas se os reforços serão amplamente necessários está longe de ser decidido. O assunto tem gerado um debate acalorado entre os cientistas.

Até agora, as autoridades federais de saúde disseram que os reforços para a população em geral são desnecessários.  E os especialistas questionaram se as pessoas vacinadas deveriam receber mais doses quando tantas outras ainda não foram imunizadas.

“Não há evidências suficientes agora para apoiar que esse seja, de alguma forma, o melhor uso dos recursos”, disse Natalie Dean, uma bioestatística  da Emory University, em Atlanta.

Ainda assim, as descobertas levantam questões sobre o quanto a vacina Pfizer irá prevenir a infecção nos próximos meses.  E com os casos de coronavírus surgindo novamente em muitos estados, os dados podem influenciar as deliberações do governo Biden sobre o fornecimento de reforços para idosos.

Se as terceiras doses forem liberados para a população em geral, provavelmente representariam um negócio bilionário para a Pfizer.

A vacina da Pfizer gerou bilhões de dólares em receita nos últimos três meses, disse a empresa, e está a caminho de somar mais de 33,5 bilhões este ano.

A vacina está destinada a produzir mais vendas em um único ano do que qualquer produto médico anterior, e por uma ampla margem.  

TL Comenta:

Saúde não tem preço, mas quando a ciência cruzou com os grandes negócios, as vacinas para a Covid-19 geraram os maiores lucros da história  da indústria farmacêutica.

Que sejam preservadas as estátuas de Albert Sabin que abriu mão da patente de sua descoberta e  ajudou a erradicar de todo o mundo, a paralisia infantil.