11 de maio de 2024
Política

A VOLTA DO 13° FANTASMA

A linguagem do povo (1997) – Eduardo Kingman – Banco Central do Ecuador, Quito


Muitos acreditam que a gratificação natalina é mais uma jaboticaba.

Coisa nossa, tupinambá, sem similar em outros países.

Estabilidade, licença-gestante, terço de férias e FGTS, ainda esperam pelo sucesso dos socialistas nas urnas obsoletas e confusas do mais rico país do mundo.

Lá, os salários dispensam penduricalhos e o ano trabalhado é dividido por 12.

No pindorama, prometido por muitos, só entrou no bolso da plebe ignara, no governo de Jango, em 1962.

Na época, empresários, prefeitos e governadores diziam não ter como pagar.

Igual ao piso salarial da enfermagem.

Antes, quem podia, não negava.

As festas.

Uma gratificação de fim-de-ano.

Gorjeta voluntária, a depender da generosidade dos patrões.

Ao lado de outras reformas do governo trabalhista, entrou – ao lado de Deus, da Pátria, da Família e da Propriedade – no rol dos motivos para o golpe,  dois anos depois.

Refresco para as despesas da estação festiva, é o pagamento mais aguardado.

Diferente dos outros, não remunera diretamente o trabalho.

Percebido como um extra, destinado ao supérfluo a ser gasto com coisas prazerosas.

Direito sagrado, tão certo no fim do ano, quanto o show de Roberto Carlos.

Nos tempos de inflação modelito  dos hermanos campeões do mundo, para proteger o poder de compra, passou a ser parcelado em duas vezes.

A metade queimada já nas fogueiras juninas.

Recebido com tanta expectativa e privando da intimidade,  passou a ser chamado carinhosamente de décimo.

Para os mais remediados dos menos validos, pensionistas e aposentados do estado, ainda sobram incertezas.

Deu na Rádio Peão e juram ter ouvido também na TV  Corredor, que se o restante dos subsídios do recesso de verão for pago ainda este ano, dezembro vai ficar para o calendário de 2023.

Eleição na província do Rio Grande de Cima, era pra ter recall.

 

El Carbonero/ O Carvoeiro (1934) -Eduardo Kingman Banco Central do Ecuador, Quito
Trabalhadores – Eduardo Kingman Riofrío (1913/1997)

 

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