A VOLTA DO 13° FANTASMA
Muitos acreditam que a gratificação natalina é mais uma jaboticaba.
Coisa nossa, tupinambá, sem similar em outros países.
Estabilidade, licença-gestante, terço de férias e FGTS, ainda esperam pelo sucesso dos socialistas nas urnas obsoletas e confusas do mais rico país do mundo.
Lá, os salários dispensam penduricalhos e o ano trabalhado é dividido por 12.
No pindorama, prometido por muitos, só entrou no bolso da plebe ignara, no governo de Jango, em 1962.
Na época, empresários, prefeitos e governadores diziam não ter como pagar.
Igual ao piso salarial da enfermagem.
Antes, quem podia, não negava.
As festas.
Uma gratificação de fim-de-ano.
Gorjeta voluntária, a depender da generosidade dos patrões.
Ao lado de outras reformas do governo trabalhista, entrou – ao lado de Deus, da Pátria, da Família e da Propriedade – no rol dos motivos para o golpe, dois anos depois.
Refresco para as despesas da estação festiva, é o pagamento mais aguardado.
Diferente dos outros, não remunera diretamente o trabalho.
Percebido como um extra, destinado ao supérfluo a ser gasto com coisas prazerosas.
Direito sagrado, tão certo no fim do ano, quanto o show de Roberto Carlos.
Nos tempos de inflação modelito dos hermanos campeões do mundo, para proteger o poder de compra, passou a ser parcelado em duas vezes.
A metade queimada já nas fogueiras juninas.
Recebido com tanta expectativa e privando da intimidade, passou a ser chamado carinhosamente de décimo.
Para os mais remediados dos menos validos, pensionistas e aposentados do estado, ainda sobram incertezas.
Deu na Rádio Peão e juram ter ouvido também na TV Corredor, que se o restante dos subsídios do recesso de verão for pago ainda este ano, dezembro vai ficar para o calendário de 2023.
Eleição na província do Rio Grande de Cima, era pra ter recall.