ANARCOCAPITALISTAS, GRAÇAS A DEUS
Quem vive reclamando da ineficiência do estado, opta pelo ensino privado para os filhos, confia a saúde a planos e seguradoras, tem um arsenal defensivo em volta da casa, acha que paga muito imposto para poucos e insatisfatórios serviços, pode ser e não sabe.
Nem só Javier Milei é um tremendo de um anarcocapitalista.
Quem acha que não há vida econômica nem estrada depois do último Posto Ipiranga, precisa rever conceitos, abrir portas, janelas e a mente, para o que vem por aí.
Os avanços tecnológicos e a expansão sem controle das redes de comunicação estão promovendo, fora da interferência dos governos, as mudanças que os tempos exigem.
Fronteiras ainda resistem, só não se sabe por quanto tempo. A pandemia tem aplainado as diferenças.
Muros, barreiras, fossos e guarda armada são insuficientes para conter o tsunami de gente que quer frequentar praias mais balneáveis.
A invasão também é sorrateira.
Além dos campos de refugiados e das hordas que seguem pelas estradas mexicanas.
Entraves alfandegários são vencidos facilmente pelo e-commerce.
A telinha é vitrine e vendedora.
Pagamentos acertados diretamente com o fabricante. Não importa onde esteja.
Entrega na casa do freguês, por quem fizer mais rápido e barato. Fardado de azul e amarelo, ou não.
Moeda universal, sem papel, metal nem nome; escondida e guardada sob a única proteção da senha individual.
Notícias sem carimbos nihil obstat, nem monopólio de magnatas.
Opiniões sedimentadas nas redes sociais pelos novos escravos robotizados das redações domésticas.
O direito à propriedade protegido no reconhecimento do que foi construído com esforço pessoal, ganho por herança ou recebido em doação.
Respeito ao que o outro construiu, herdou ou que lhe foi dado de bom grado.
Quem não vem pensando que o gigantismo estatal é a principal fonte de privilégios e corrupção, que guarde a primeira pedra. No embornal.
Um dia haverá de precisar.
Pela livre iniciativa, como base da sociedade mais produtiva, alguém é contra?
Livre associação e interesses comuns, para gerar riquezas e as dividir como quiserem.
Quem nunca pensou no direito de cada pessoa aos frutos de seu trabalho, independente de sua necessidade ou a de outros?
Somente os que querem distribuir com os que mantêm sob domínio, por meio da força, violência ou impostos, o que não produziram.
O capitalismo triunfou.
O futuro será anárquico.
E o mundo, caótico.
Anarcocapitalistas, uni-vos!
(Desde 19/02/2020, este texto é uma renovação na fé ideológica, a ser publicado sempre que parecer não haver, entre dois diabos, purgatório nem terceira via)