3 de maio de 2024
Coronavírus

ANTES DA SEGUNDA ONDA

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O campeonato é em dois turnos. Logo no início, foi definido que seria assim. Com pontos corridos.

Neste intervalo, com os jogadores exaustos, pode-se ainda mudar de tática para o tempo a ser disputado, logo a seguir.

Quando surgem evidências que a primeira fase está chegando ao fim, há de se lembrar que não temos  nada a comemorar. Muito pelo contrário. O jogo continuará duro e cruel.

É neste tempo de relativa trégua que cabe análise mais calma da situação. E de deixar antagonismos e partidarizações para trás.

Algumas verdades são cristalinas.

Para ser enfrentada, a doença precisa ser conhecida.

A velocidade como a pandemia se espalhou, não deu margem à elaboração de estratégias estudadas e provadas.

Valeu-se do improviso e da pressa.

O que parecia o pior dos quadros, previsto em projeções matemáticas,  não se concretizou. Não que não se deva utilizar a ferramenta para acompanhamento da progressão da doença.

É útil e será um observatório permanente para indicar os próximos sinais de alerta.

A estratégia de intervenção tardia e a concentração dos recursos para atendimento às fases críticas,  não será repetida.

Os pacientes por si, não seguirão mais este tipo de orientação e continuarão preferindo tratar desde o início, com medicamentos sem evidências científicas,  comprovados apenas os efeitos placebo e ansiolítico.

O altíssimo índice de contaminação em profissionais da saúde é um alerta continuado da pouca proteção à atividade.

Não apenas pela precariedade dos equipamentos de uso individual mas pela carga horária de trabalho e o múltiplo emprego.

As brechas na legislação trabalhistas só serão preenchidas com a melhoria na remuneração.

O que se viu foi o poder público, estimulando desvios e atalhos, através de contratos coletivos para multiplicar horas trabalhadas pelos mesmos profissionais. Exaustos, insones e subprodutivos, também adoeceram mais.

Serviços improvisados e hospitais de campanha não deverão mais ser promessas de solução de todos os problemas.

Além da propaganda e marketing, mostraram-se pouco eficientes, sendo os primeiros a serem desmobilizados, numa clara demonstração que não serão lembrados nas próximas emergências. Nem acusados de malversação de recursos.

As antigas facilidades quando equipadas adequadamente e com pessoal treinado e experiente,  fizeram diferente.

A maior das esperanças, a vacina, pode não ser tão efetiva e confiável.

Na Espanha e na França, onde se considera a segunda onda já chegou, se observam diferenças da avassaladora que passou.

As autoridades recuam na flexibilização,  pelo exagero da retomada das atividades no verão, apesar dos casos mais graves não se repetirem com a mesma intensidade e frequência.

Se ocorrem mutações ou aumento das defesas individuais, não se tem certeza.

O que se sabe é que o vírus avisa que não desapareceu e  continua no nosso convívio, ávido por se multiplicar.

Se os afetados, mostram mais resistência e capacidade de suportar os efeitos da infecção e se ela ressurge mais parecida  com outra virose qualquer, somente o tempo dirá.

Até agora, um único remédio é considerado como eficiente.

Só não se tem certeza da dose exata.

O fim do isolamento e o  retorno às atividades sociais e econômicas devem ser cuidadosos e graduais.

Em várias cidades americanas, as aglomerações pelos protestos do movimento Black Lives Matter não provocaram as temidas novas contaminações.

Escolas que têm retomado as atividades conseguem  estimular outras a fazerem o mesmo.

O mais importante agora é reforçar a vigilância epidemiológica e intervir com rapidez nos focos que poderão surgir.

Os cuidados individuais não poderão ser impostos.

Os perigos e ameaças foram tantos que mudaram hábitos, inimagináveis há seis meses.

Daqui pra frente, não custa acrescentar ao arsenal de defesa acumulado ao longo da violenta luta, a requentada receita do tempo das avós.

Canja de galinha.

E sua mais fiel acompanhante.

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