6 de maio de 2024
Coronavírus

AO ESPELHO, ONTEM

 

Tiger's Nest Monastery (Taktshang) in the Kingdom of Bhutan
Mosteiro Ninho do Tigre (Taktsang) no Reino do Butão

Revisitar o que foi escrito há dois anos, revela a angústia de quem, atordoado pela violência da primeira avalanche de destruição e mortes, sem saber bem como enfrentar ou se esconder do perigo,  traduzida em perguntas ainda não respondidas pela Ciência.

As trágicas lições, apesar de repetidas em sucessivos ondas, cepas e variantes, com a estabilização da imunidade, parece que pouco vão mudar os valores da humanidade.

O exemplo maior vem do extremo leste europeu, numa guerra sem sentido,  nem senso.

                                            ***

                        AO ESPELHO, AMANHà

  (01/04/2020)

Desde que uma simples e costumeira refeição, numa humilde casa na periferia de uma rica cidade chinesa, virou a maior catástrofe que o mundo já enfrentou, do porte do grande dilúvio, procuram-se explicações.

Como diante de toda doença, o pensamento clínico e lógico é despertado.

Qual a causa, como se instalou, como se comporta e evolui.

O que pode ser feito para resolver o problema.

Curar, se possível.

Aliviar seus efeitos, sempre.

Evitar que outras pessoas sejam atingidas.

Prevenir futuros ataques.

Tirar lições para a vida que seguirá.

Algumas informações estão à espera de explicações, análises e conclusões, mas ainda é cedo

Um pequeno país asiático, vizinho do gigante onde tudo começou, de onde não chegam notícias do mal que acomete todos os povos, pode ser o tubo de ensaio de onde as grandes verdades surgirão.

O invasor será tão seletivo  nas suas  investidas ou as vítimas é que oferecem incentivos para  seu desembarque?

Por que atacar primeiro e com mais força os lugares com maior potencial de resistência?

Os países mais ricos, as regiões mais desenvolvidas do mundo, os lugares onde a assistência médica era invejada como exemplo de excelência?

Por que na longa viagem, saindo  de uma tosse e embarcando num espirro, passando de pessoa a pessoa, não  foram a lombo de cavalo, em trens superlotados nem pelas estradas sinuosas, ladeira a cima.

E não passaram arrasando também o pequeno  Reino do Butão?

Aquele povo há de ser muito bem estudado.

Sua imunidade testada, para entender como  resistiram. Ou porque foram poupados.

Observar com atenção seus hábitos alimentares. E outros. Seu comportamento. Como vive sua sociedade.

A amostra pode ser modelo e no futuro, na recuperação da destruição, muita coisa há de ser mudada.

A vida mais simples, orientada pela religião e pela filosofia.

Consumo, as necessidades.

Produção, o  essencial.

 A família, perto.

 O horizonte, no por do sol.

A maior viagem, a subida da montanha.

O índice mais importante, o coeficiente de felicidade.

A vida do povo mais feliz de todos pode ser a de todos os povos.

“A dor é perceber

Que apesar de termos

Feito tudo o que fizemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

                          Como os nossos pais” –  (Belchior docet)

“Nada será como está, amanhã ou depois de amanhã” –  (Milton canit)

Punakha Dzong at the convergence of two rivers Mo Chhu and Pho Chhu, Punakha, Bhutan
Punakha Dzong na convergência dos rios Mo Chhu e Pho Chhu, Punakha, Butão

Sep 2005

Sep 2005

Spectators in colorful traditional clothing are watching dancers performing in the courtyard of the Gasa dzong at the once a year Gasa Tshechu

Paro's weekend market isn't very large but it has a traditional feel it is busiest on Sunday mornings

Wangdue, Bhutan - september 25th, 2012 : portrait of a mother carrying her baby on her back.

A health worker inoculates woman with the jab of the Covid-19 coronavirus vaccine at a temporary vaccination centre in Thimpu on July 26, 2021. (Photo by Upasana DAHAL / AFP) (Photo by UPASANA DAHAL/AFP via Getty Images)

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Fotos: Getty Images

(Com pouco menos de 800 mil habitantes, o Reino do Butão contabiliza 12 mortes pelo Coronavirus, desde o início da pandemia)

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