2 de maio de 2024
CoronavírusPolítica

ATOS SEM CONTRIÇÃO

36818E42-684A-40C5-8A2C-7C2765BA1167Declaração de isenção de conflito de interesses:

O autor responsável pela submissão do textículo  intitulado Atos sem contrição, declara aos leitores e a quem mais interessar, não possuir conflito de interesses, pessoais, comerciais, financeiros, acadêmicos, políticos, partidários nem ideológicos, no assunto que trata o presente manuscrito.

Declara também que todas as informações que poderiam levar a um possível conflito de interesses, são do conhecimento da editora-chefe do blog, por tratar-se o autor, de médico em processo de aposentadoria, preocupado com a preservação da prática da Medicina liberal, baseada na Ciência e na Arte de curar.

Dos fatos:

O registro da inimaginável, vergonhosa e trágica marca das 500 mil mortes de brasileiros e brasileiras pela pandemia, foi acompanhado  de acontecimentos que merecem desapaixonada reflexão.

As manifestações coletivas não representaram as dores de cada um.

Não multiplicaram por cinco centenas, os milhares de prantos calados, reservados,  distantes dos últimos adeuses.

Como evento previsível, qual um milésimo gol de um craque do futebol, a data provável foi precedida de contagem regressiva, tendo faltado somente no momento exato, a breaking news do plantão da redação, registrando o enterro de fatídico número, qual  nascimento do primeiro bebê, em ano novo.

Foram ouvidos minutos de silêncio em estádios já mudos, sem torcidas.

As pessoas não foram chamadas para se ajoelhar nas ruas, como têm feito os atletas antes das competições, mundo afora.

Ninguém marcou hora para  rezar  um padre-nosso coletivo, nas sacadas dos edifícios. As luzes não foram apagadas, todas ao mesmo tempo.

A quietude sepucral foi quebrada com vituperiosas batidas de panelas e brados de anacrônicos slogans, barulhos que não remetem a notas de pesar e saudade.

As aglomerações organizadas por partidos políticos e entidades sindicais, não receberam reparos nem reprimendas nos editoriais da grande mídia.

Como já havia acontecido com as movimentações do Black Lives Matter, não foram consultados experts que conseguem prever quantos casos de contaminação são acrescidos ao cabo dos onipresentes 14 dias, seguintes a passeios de moto.

Os sinos das igrejas repicaram sem que fossem celebradas liturgias cristãs de exéquias.

As bandeiras desfraldadas, tintas em vermelho rutilante, demonstraram que o ódio venceu o luto.

Das conclusões:

A presença de celebridades, artistas,  políticos e formadores de opinião, nas redes sociais, com mensagens de sentimentos, pêsames e condolências, não escondeu a mesma motivação que move a outra tropa de choque que defende o governo, único acusado de responsável pela sinistra efeméride.

Que o lamento pelos ausentes não sirva de desestímulo aos que continuam lutando para salvar os caídos, recuperar mutilados e proteger sobreviventes.

Os erros do passado serão condenados, nos tribunais, nas eleições e  principalmente, pela História.

Nunca é tarde para lembrar que a guerra ainda não acabou.

E que o inimigo está na vanguarda.

Só pode ser visto, olhando-se  para a  frente.

99C65CA2-1619-4550-BEB1-9E7AA2DCDEF1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *