BALANCETE TRIMESTRAL
São tantos restos a pagar, contas ainda por chegar, despesas correntes e passivos a descoberto, que será impossível fazer o consolidado neste momento.
Já se tem como certa a convivência com o intruso por muito mais tempo que o desejado.
E quando vierem os novíssimos, o 19 dos anos 20 continuará por aí.
Apenas uma gripezinha, ao lado da H1N1 e outras quaisquer, já domesticadas.
Não adianta marcar prazos, o pendura da pandemia nunca será pago. Este fiado não tem amanhã.
Esqueçamos o estrangeirismo. Os invasores microscópicos não trabalham com deadlines.
Compraram bilhetes só de vinda e nunca assinaram tratados de extradição.
Passados os primeiros 90 dias, o jogo é macabro. Só termina, infelizmente, para muitos, em morte súbita.
A regra não prevê disputa em pênaltis. É tempo corrido, prorrogado de 14 em 14 torturantes dias.
Cansados, mal podendo ficar de pé com tanta cãimbra, os jogadores seguem em campo. Sem perderem o elã. Nem a esperança redentora.
Para virar o jogo, é preciso rever a tática empregada e avaliar os valores individuais.
Conhecimento do potencial de cada um, crivo e crítica de comportamento nesta altura da penosa luta inglória.
Vislumbrando um futuro menos traumático, o primeiro trimestre da quarentena infinda, já pode ir a balancete.
Antes da régua passada, uma consideração pertinente à peça contábil.
Os números referentes à alta direção serão objeto de outra análise, em separado.
Os detentores do poder são invulneráveis às mudanças. Insaciáveis. Insensíveis. Inatingíveis.
Oportunistas como sempre foram, aperfeiçoaram os arraigados e bolorentos hábitos das vantagens a qualquer custo.
Devotos de São Mateus, primeiro os deles. Acima de tudo, o marketing; a reeleição acima de todos.
Na vasta planície, cada um dos comuns é uma página no livro-caixa dos haveres e deveres. Os empréstimos tomados, não foram a título de doação nem a fundo perdido. Serão resgatados.
Os juros, proporcionais às movimentações que estamos fazendo nas nossas contas, agora.
As caixas de e-mails, estão abarrotadas de propostas de upgrade. Uma chance única para quem quiser ser cliente especial.
No sopé da curva jamais achatada, na base da pirâmide social, a imensa maioria precisa fazer diferente.
Depois do ato de contrição, já é tempo de pensar Gandhi.