FESTIVAL DE SÃO NUNCA
Quando faleceu há 52 anos, aos 45 de idade, os amigos do jornalista Sérgio Porto, menos a namoradinha do Brasil, nas declarações de praxe, próprias dos velórios dos famosos, vaticinaram que ele e seu alter ego fariam muita falta.
Stanislaw Ponte Preta, seus personagens, familiares da Tia Zulmira, o primo Altamirando e outros tipos populares que habitaram as crônicas publicadas nos jornais de maior circulação, estão mais vivos que nunca.
E a matéria prima, abunda.
A pandemia que ameaça o mundo, mudou costumes e até o clima, mas os poderosos continuam os mesmos. Revistos e ampliados.
E as besteiras, assolam.
Somente para uma autoridade, seria necessário um festival inteiro. Para caber tudo que ele diz, toda manhã, em frente ao seu palácio.
Entende de tudo. Menos de Economia.
Tem também de médico, um pouco.
Suas performances e fama foram longe. Ao ponto de uma revista científica de prestígio e da maior credibilidade, ameaçá-lo do que nem Botafogo e Amapá juntos, ousaram. Ainda.
Ou se enquadra ou tchau, querido.
Logo os ingleses, com tanta fleugma e acostumados com loucuras reais.
Será que estão pensando que atestado de insanidade mental do NHS é aceito no SUS, sem Revalida?
É gópi.
Tem aparecido muito regulamento, pra todos os gostos, em todos os cantos, na esculhambação nacional.
Cobram do capitão-presidente os resultados dos exames de saúde.
E daí?
Se tiver dado positivo, vão questionar por que ele não morreu?
Os decretos governamentais têm mexido com os miolos não só dos cidadãos cumpridores das leis e das normas.
Só pode.
Pra explicar que um anspençada tenha mandado uma ordem para ser cumprida por um general.
Que alguém gaste um dos dois neurônios, frouxo certamente, para propor restrições ao funcionamento dos supermercados, com tapumes, e o acesso só às gôndolas que expõem alimentos que dão sustança. Feijão, arroz, farinha e mistura.
Só falta algum espelho sem luz, pegando outra carona iluminada, decretar fila única para acesso às UTIs, incluídas as da rede privada, como a bala de prata que abaterá a fera assassina.
A proibição das aglomerações é capítulo à parte. Só são permitidas em dias de feira. De segunda a sexta. E no sábado que tem a do Alecrim. E no domingo, na São José.
Aquele povão invisível na frente da Caixa, não conta. É coisa do Coiso.
Não estão poupando nem o home office. Não é que o Ministro do Turismo resolveu chamar todos os funcionários para voltarem aos seus birôs?
Vai ver, está faltando gente pra viajar pras fantours e feiras internacionais.
Ou quem sabe, o ministério vai dar uma forcinha para turbinar as exportações.
De laranjas.
Com essa turma, o Brasil só vai parar, na final da Libertadores. (Se o Mengão chegar lá).
Ou no Dia de São Nunca.