Bruno Covas sem vergonha de se assumir … político

Ele era um ilustre desconhecido vice,  que assumiu a Prefeitura da maior cidade do país com a missão de substituir à altura o midiático João Dória Junior.

Quis o destino que dez meses depois, a revelação de um câncer invasivo o tornasse figura carimbada em todos os telejornais do país. Esse é um resumão do prefeito de São Paulo,  Bruno Covas.

Ontem, na arena do Roda Viva (TV CULTURA) mais uma oportunidade de conhecer o homem que enfrenta o câncer e o preconceito de representar a política, velha ou tradicional, em sua inteireza.

Sem medo de emitir opinião. Sem problema em enfrentar saias justas.

Ainda na apresentação, a interrogação do que esperar do entrevistado emagrecido, sem cabelo, abatido pelos efeitos da sétima sessão de quimioterapia.

A surpresa foi da fortaleza explicitada no desenrolar do programa.

Falou da doença com serenidade e objetividade. Vai trabalhar enquanto os médicos acharem que tem capacidade e possibilidade para fazê-lo. Quer concorrer à reeleição por acreditar que é um bom administrador e tem condições, para tal.

Não votou em Jair Bolsonaro em 2018 por vê-lo como o mesmo Bolsonaro Deputado, aquele que admira e defende a Ditadura Militar, a mesma que prendeu seu avô, ex-governador Mário Covas.

O mesmo que o inspira na política e na vida. Inclusive na forma transparente de encarar os dissabores de uma doença como o câncer.

Sem vergonha de ser e gostar de ser político, Bruno Covas se declarou de “centro”. E nessa linha mostrou em suas respostas seguintes, reconhecendo que São Paulo também é uma soma de boas ações de gestões de Erundina, Maluf, Marta, João Dória…

Nunca o bom senso foi tão inusitado. E necessário.