4 de maio de 2024
Opinião

Burocratas ameaçam futuro eólico criando dificuldades

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Desde os anos ´80, quando perdeu o algodão, carro-chefe de sua economia, aparentemente dizimado pela praga do bicudo, nosso Rio Grande do Norte tem conseguido se renovar com o surgimento de vários ciclos econômicos.

Embora não se pudesse colocar o algodão como uma monocultura, uma vez que na formação de sua economia, o RN sempre contou com a produção de sal marinho e minério, sem falar na consorciação, na própria agricultura com as chamadas “culturas de subsistência”, o algodão pesava mais do que todas as outras, tanto na formação de renda quanto na oferta de emprego e, sobretudo o envolvimento de diferentes segmentos sociais.

Quando o bicudo chegou, a cultura do algodão estava em acentuado declínio e a marca foi um divisor de águas para definir o fim da importância da cultura do algodão na economia potiguar.

Depois dos ´80, felizmente, não tem faltado novos produtos para ocupar essa vaga deixada sem aviso prévio. De repente, o RN aparece como maior produtor de petróleo em terra, de todo o Brasil.

Também tivemos o desenvolvimento do turismo, especialmente na capital. Ou a implantação de um vigoroso programa de fruticultura irrigada antecedendo um ciclo de produção de energia limpa, tendo como principal incentivo à liberdade para investir e produzir, especialmente a energia eólica

NOVO CICLO

Isso se quisermos adotar a  embalagem de ciclo econômico para a chegada da produção de energia eólica e solar, reconhecendo mudanças na economia, já marcada por diferentes fases: expansão, boom, contração e até exemplos de recessão.

Cada um desses períodos possui características diferentes, como aumento ou declínio das taxas de juros, desemprego e nível de consumo.

Entender esses ciclos é fundamental para que os investidores saibam quais atitudes tomar em relação às suas aplicações financeiras, como tem acontecido, nos últimos dez anos, depois da instalação das torres dos cataventos, aproveitando condições excepcionais de vento.

Mais uma vez, quase por geração espontânea, nosso Rio Grande do Norte apareceu como o maior produtor brasileiro, estando ainda longe para exaurir as possibilidades de crescimento.

Pelo contrário.

Precisa só não trabalhar na criação de novas dificuldades para os investidores que nos tem procurado, tenham, agora, de adquirir as facilidades.

PROBLEMA DE SER O MAIOR

Atualmente o Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica em terra em todo o Brasil, contando com 194 parques eólicos instalados em várias partes do estado, principalmente nas regiões do litoral e algumas áreas entre João Câmara, Guamaré, Macau, Areia Branca e Mossoró.

O RN tem a melhor posição geográfica para esse tipo de atividade, com uma boa quantidade de ventos alísios, pois fica na esquina do continente e se torna um estado privilegiado com bons ventos. Aliás, já havia sido  destacado por possuir  o ar mais puro das Américas.

No ano passado, o Brasil conquistou mais um recorde de produção de energia eólica. Foi o maior incremento da história em capacidade instalada, representando mais de 3 Gigawatts (GW) em energia eólica no ano.

Desse total, 1,3 GW de energia foi produzido no Rio Grande do Norte, o que faz do estado o principal propulsor do crescimento energético eólico do país, sendo responsável por 44,19% da produção de todo o Brasil no ano passado. Essas informações foram divulgadas pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

 PETROBRÁS FOI O INÍCIO

O primeiro parque eólico do RN é de 2004, no município de Macau, numa iniciativa da Petrobrás, contando com três aerogeradores. Com potência de 600 kilowats, com o conjunto perfazendo um total de 1.8 megawats, o bastante para atender plenamente a uma cidade com 10 mil habitantes.

A energia do Parque Eólico de Macau foi consumida inicialmente pela própria Petrobrás, levada por cabo elétrico submarino para atender a duas plataformas de produção de petróleo offshore.

Na época se falava na multiplicação desse projeto pioneiro (quando energia eólica ainda era vista como uma esquisitice) da gerência de energias renováveis da estatal. Mas, não rolou.

Depois de 18 ano e com 194 parque eólicos funcionando, o que mais chama a atenção é falta de um programa para estimular – e acelerar – o que foi o resultado de uma vocação natural do Estado a quem pode ser atribuído o mérito de não atrapalhar o número crescente de investidores – na sua quase totalidade de capital privado – que comandaram até o desenvolvimento de avanços tecnológicos, reduzindo de forma significativa os seus custos de produção.

NOVA FRONTEIRA

A sinalização do Governo do Rio Grande do Norte é de ultrapassar uma nova fronteira na produção de energia eólica no oceano (onde o RN também dispõe de condições excepcionais), como pode ser comprovada pela viagem da Chefe do Executivo, Fátima Bezerra,  ao Reino da Dinamarca, e, posteriormente da formalização com um grupo dinamarquês de sua participação no projeto “Alísios Potiguares”, de produção de energia offshore.

Pois contrariando o nosso passado, ao longo desses últimos 18 anos, e o futuro já desenhado, parte da Procuradoria Geral do Estado num palpite infeliz, tomou o caminho contrário ao que está dando certo, se aventurando pelo desconhecido.

Uma recomendação voltada para o fortalecimento da burocracia e não da produção.

Uma opção que não tem amparo na própria história da energia eólica no Rio Grande do Norte, maior produtor do Brasil, se Deus quiser, por muito tempo (se não aparecerem atrapalhos)…

3 thoughts on “Burocratas ameaçam futuro eólico criando dificuldades

  • Ricardo

    Tem lugar que essa situação, chama- se : colocar dificuldades, para vender facilidades.

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  • anapaula

    QUEM É MESMO QUE ESTÁ DIFICULTANDO?
    QUEM SÃO MESMO ESSES BUROCRATAS?

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  • Jcabralsobrinho

    Ñ entendi o comentário?

    Resposta

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