9 de maio de 2024
Religião

CATIMBÓ HIGH-TECH

Três orixás (1966) – Djanira – Pinacoteca de São Paulo


Para reconquistar,  o amor fugidio, único e insubstituível, serviços espirituais não são mais anunciados em postes de iluminação nem entre pichações de muros.             

Nem mesmo pelos mestres do baralho cigano, dos jogos de búzios, das cartas do tarô,  horoscopistas, cartógrafos de mapas astrais e cartomantes mouras.

Agora, os que acreditam nas promessas de trazer o amor ou o dinheiro de volta, baixam seus downloads nas redes de relacionamento.

Os mesmos e os maiores problemas continuam sendo solucionados com muita reza e  trabalhos espirituais.

Em outro plano. Usando outros meios, médiuns e cavalos.

Online e a milhares de quilômetros de distância, desde os sagrados templos eletrônicos da Índia e do Nepal.

O catimbó high-tech atende pelo misterioso nome milenar de vashikaran.

Palavra de origem sânscrita que pode ser traduzida como processo, ou método, de atrair, estimular, controlar ou seduzir alguém.

Panacéia para sofreres da alma, aplica-se  a qualquer tudo, incluídos os desastres econômicos que afugentam o amor verdadeiro e desinteressado.

Tem pra todo uso e circunstância.

Pro marido, pra mulher e pro amante.

Pro malandro e pro bofe.

Traz a saúde e o emprego de volta.

Aumenta os lucros nos negócios e o tamanho do bem ou mal querer.

Dá jeito em criança teimosa e juízo pra adolescente rebelde.

Apaga o facho de menina-casadoira.

Controla inimizades e a língua dos provocadores.

O despacho,  à distância, é simples, auto-executável, e só depende dos objetivos.

São repetições hipnotizantes de mantras,  posições do yoga, contemplações de desenhos de yantras e mandalas, muita erva e aromas.

Palavras e frases  vibram, ganham força e a energia atinge a pessoa querida,  mal amada, difícil de conquistar ou odiada.

A vertente  com toques de  magia negra  é a preferida dos políticos imbatíveis.

Quem duvidar, é só consultar os mapas das últimas eleições na Bahia.

Orixás, tela de Djanira da Motta e Silva (1914/1979), retirada pela ex-primeira dama Michelle Bolsonaro do Salão Nobre do Palácio do Planalto, por isso, salva da destruição pelos invasores de 8 de janeiro, voltará ao seu lugar, por decisão da nova primeira dama Janja da Silva

(Partes deste texto foram publicados em 27/2/20)

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