Centrão segue dando as cartas no tabuleiro do Bolsonarismo
Por Mônica Bergamo na Folha
A possibilidade de Jair Bolsonaro (sem partido) entrar no PL, que subiu no telhado no fim de semana e agora voltou a tornar-se real, deve ser recebida com alívio por lideranças do PP, que tem em seus quadros o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).
Num primeiro momento, o PP almejava ter Bolsonaro na legenda, pelo potencial de votos e consequente aumento da bancada de deputados na Câmara —o que turbinaria os recursos dos fundos partidário e eleitoral da legenda.
As exigências que Bolsonaro e seus apoiadores fazem, e a confusão que agora estão criando no PL, no entanto, fez lideranças do PP repensarem.
O aumento da bancada e do dinheiro que poderia ser administrado pelo PP não compensariam a perda de poder de suas lideranças, que passariam a dividi-lo com a família de Bolsonaro.
DO TL
Ontem, a reunião do PL definiu que o presidente Valdemar da Costa Neto tem carta branca para negociar a filiação de Bolsonaro e aliados à legenda.
Significa dizer que o comando segue com o velho cacique.
A começar pela sugestão do ministro Tarcísio Gomes de Freitas ser candidato ao Governo de Goiás e não por São Paulo, como o Bolsonarismo deseja.
Mais.
Que o vice -governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, siga como candidato ao Governo de SP, mas pelo PL. Ele deixaria o PSDB para ser Liberal. Isso passaria, claro, pelo resultado das prévias do PSDB no próximo domingo. O plano só deixaria de ser sonho com a vitoria de Doria. Ou não…
