Depois de ir à manifestação, Bolsonaro inicia semana mais isolado politicamente
Do Painel da Folha
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de apoiar as manifestações, contrariando órgãos de saúde pública, foi vista como passo importante em um caminho para o isolamento.
Os protestos atacaram o Congresso e o STF.
Alguns falaram em intervenção militar e chamaram o coronavírus de mentira, causas apoiadas por radicais. Um dos seus principais aliados entre governadores, o médico Ronaldo Caiado (DEM-GO), foi hostilizado em ato ao falar dos riscos da pandemia.
Bolsonaro tuitou ao menos 40 vezes.
Quase todos com imagens dos atos, nada sobre o aumento de 79 casos confirmados de coronavírus no Brasil —já são 200.
O presidente só falou sobre a doença em entrevista à CNN, no fim da noite, e chamou as reações de histeria.
Disse que medidas restritivas, orientadas também pelo Ministério da Saúde, podem aumentar a crise.
Bolsonaro, visivelmente, é um deslumbrado com o poder. Ser inconsequente, irresponsável, desagregador, todos já sabíamos e não é de hoje.
Histeria ele não precisa ter, afinal será bem cuidado pelo dinheiro da nação que ele expõe. O Brasil deve ser o único país que não precisa se preocupar com o Coronavírus, afinal, na China, Irã, Itália, França, Estados Unidos, são governos histéricos que todos os dias precisam divulgar o número de mortos de uma fantasia criada pela imprensa.
Pior é observar os seguidores alienados das decisões que Bolsonaro toma. São pessoas inteligentes que quando falam em política repetem absurdos sem proporção.
O brasileiro consegue destruir o Brasil muito antes do que qualquer pandemia.
No inverno de 2018, morreram mais de 4.400 pessoas em Portugal, de gripe comum. A imprensa local considerou o número aceitável. Agora, na Itália, um país com uma população seis vezes maior, morreram 1.800 pessoas de coronavírus e o mundo se acaba. E, mesmo se triplicarmos esse número de óbitos na Itália, ainda teríamos uma taxa de mortalidade cerca de 5 vezes menor do que uma gripe comum.