2 de maio de 2024
Medicina

DO DANÚBIO AO CAPIBARIBE

Encontro à margem do Danúbio (2018)


Não existe lugar certo.

Aprende-se em qualquer um.

E de qualquer jeito.

Até de pé-no-chão.

Mas aquele era  muito especial.

Na beira do famosíssimo Danúbio,  rio que remete memórias ao Bujari, numa daquelas cidades que nunca mais vai ser lembrado o nome, a apresentação a um colega de especialidade médica.

Conversa daqui, conversa dalí, do breve encontro,  um caçuá de pontos a refletir sobre o futuro da Medicina.

Norte-americano de ascendência indiana, o Dr. Sajal Dutta entre outras coisas revelou que um dos maiores problemas atuais da atividade médica é a longevidade dos facultativos.

Abrem-se poucas vagas para novos formados,  se os esculápios insistem em fazer cirurgias até os setenta anos e mais. Cada vez mais anos.

Lá a previdência é privada mesmo.

Cada um faz a sua.

É bom aprender também sobre mercado financeiro.

A tecnologia substituirá o doutor.

Sua convicção é que a próxima geração de robôs cirúrgicos já consiga operar uma próstata sozinho.

Os urologistas serão meros programadores.

E é melhor ir logo aprendendo a jogar golfe.

É tudo que o colega do primo mondo quer fazer depois que se aposentar aos 55.

Cinco anos depois, onde o rio Capibaribe faz a curva antes de desenhar a Ilha do Recife, o encontro com o superstar da cirugia mundial.

Da Vinci é o nome dele.

Um robô que ainda sem substituir por completo o cirurgião, pega na mão dele e  simplifica procedimentos.

Torna o de carne e osso mais rápido e preciso, minimizando as terríveis consequências, antes inerentes à retirada total da próstata, esta glândula sexual acessória que se esconde um pouquinho por trás da alma dos homens não transgêneros..

Utilizado por anos somente por urologistas que ampliaram seus limites além da bexiga e rim, o robô-cirurgião foi adotado por todas as especialidades. Até pelas operações na tireoide, a glândula que está quase na cara, logo abaixo da pele.

O preço da alta engenharia aplicada à arte de curar,  consegue ser cada vez mais acessível, mesmo ao custo atual de 5 milhões de dólares.

Para quem no início da vida profissional não contava com um leito sequer de UTI em todo estado, e testemunhou anos depois a chegada dos primeiros  equipamentos tão diversos como os de ultra-som, tomografias computadorizadas e de hemodinâmica, a esperança é que do Recife a Natal, a viagem tecnológica de 300 kms possa ser feita em dois anos.

Que se enterrem tumores extraídos pelos robôs, também na curva do Rio Potengi.

Post elaborado quatro horas após a cirurgia robótica do autor

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