3 de maio de 2024
CoronavírusMemória

DUAS OU TRÊS COISAS QUE SABIA, LIA E OUVIA SOBRE A PANDEMIA

Médico e jovem paciente – Norman Rockwell (1894-1978)


Outros assuntos até que apareciam. E empolgavam.

Fotos e filmes enviados pela nave Perseverance emocionaram e fizeram pensar que os filmes de ficção e os estúdios da Netflix não  conseguiam representar tanta beleza e solidão.

As guinadas que a administração vinha sofrendo causavam abalos nas bolsas de valores, não derrubaram os preços da gasolina, nada ajudavam na crise, e só perdiam em interesse para notícias da evolução da pandemia.

Um enorme exercício de futurologia era o que todos estávamos respondendo, sem prazo para a conclusão do trabalho.

Cálculos matemáticos, adivinhações e premonições foram usados na projeção de tendências e previsão da data provável mais aguardada.

Quando tudo estaria sob o controle que nunca teve.

A segunda onda chegou para negar o otimismo de quem pensava que o pior havia passado e era só esperar a vacina salvadora e permanente.

Dos antigos conhecimentos, a constatação que enquanto houvesse hospedeiros susceptíveis, o vírus segueria em disseminação, sofrendo mudanças pelo caminho.

Já tendo,  em sotaques variados, carimbado o passaporte,  em Joanesburgo, Manaus e na Corte de St. James.

Cepas e variantes entraram no vocabulário e na preocupação dos sobreviventes.

As vacinas corriam o risco  de serem provas de  uma máxima da medicina clássica.

Quando há vários remédios para uma mesma doença, é sinal que nenhum deles satisfaz.

Foi assim que surgiu o padrão-ouro.

Que viesse logo.

Rápido e à temperatura ambiente.

No máximo, que pudesse ser guardado em geladeiras comuns, das encontradas em Serra Leoa e na de São Bento.

Alarmistas, quase negacionistas, pessimistas de sempre, já discutiam a eficácia da imunização, baseados em relatos da contaminação de pessoas previamente vacinadas.

Lembraram  que os fabricantes sempre  declaram o percentual do êxito constatado nos testes.

Se um deles anunciava que dos vacinados, integrantes dos grupos de maior risco, pela idade avançada ou atividade em serviços de saúde, 52% não contraíram a doença em determinado tempo, é o mesmo que dizer que 48%  haviam adoecido.

O cálice bento permanecia meio vazio.

Mutações genéticas à parte,  a expectativa era que dos vacinados que adoeceriam, a intensidade dos sintomas seria mais leve, o número de internações menor e as mortes, raras.

Tenham ou não tomado remédio pra piolho.

Da Universidade Johns Hopkins vinha o melhor cenário para a novela que teimava em não anunciar os últimos capítulos.

O Professor Marty Makary foi o portador da mais auspiciosa notícia desde que anunciaram que o Presidente Donald Trump não havia sido vítima de fraude eleitoral.

Com a distribuição das vacinas alem do esperado (dois milhões de doses em um único dia), ele acreditava que  a imunidade natural estava perto de ser alcançada e  a propagação do vírus, próxima do fim.

No ritmo atual, estimo que a covid-19 terá majoritariamente diminuído até abril, permitindo aos americanos retornar a suas vidas normais”.

Como na diplomacia brasileira, desde 1964, nesta  crise sanitária não havia o que mudar.

O que era bom para os Estados Unidos, seria bom para o Brasil.

Hoje, nós fomos  eles.

Que assim seja também com a vacina  Pfeizer Baby, não  recomendada para as  crianças norte-americanas.

 

Antes da injeção (1958) – Norman Rockwell                  Todas as obras  de Norman Rockwell estão expostas no museu que leva seu nome, em Stockbridge, Massachussets, Estados Unidos


(Texto baseado em notícia divulgada em 28/02/2021)

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