4 de maio de 2024
TV

É TEMPO DE THELMA

46B2890E-00C5-4DE6-AC5B-5F7139CD54F1Depois de três meses passando por cima das notícias, sem ser abduzido  pelas manchetes  e resistido à lascívia das fotos provocativas, não deu mais como controlar a curiosidade.

O que desperta tanto interesse para mais de um milhão e meio de pessoas, pagarem pelo direito de votar e escolher o grande vencedor?

Sem deixar de confessar que há bons vinte anos, a novidade e o  formato revolucionário de um programa de TV, com pessoas desconhecidas, num jogo de desafios, intrigas, dramas, romances e armadilhas psicológicas, tornou-se hábito. Quase vício.

Sem nunca ter chegado ao ponto de ser fã de carteirinha nem virado tele-eleitor, pelo menos das celebridades reveladas que se mantêm em evidência, lembro algumas.

Com tantos canais a cabo e outros de streaming, com tanta série virgem na Netflix, o isolamento pela pandemia pode explicar o estrondoso sucesso da vigésima versão.

Só fruto da inveja de quem vive um confinamento muito mais animado e glamuroso.

Poucos programas resistem tanto tempo.

O esperado é que mantivesse velhos telespectadores e conquistasse alguns novos.

Mas aumentar a audiência ao ponto de garantir uma secção exclusiva em todos os portais de notícias, em espaços mais destacados que o segundo lugar absoluto no ibope, As peripécias dos filhos numerados do capitão-presidente, é surpreendente.

Para quem chegou atrasado, quando as portas da casa mais vigiada do Brasil já estavam fechadas, as resenhas do gran finale dão uma ideia do que deve ter acontecido.

Diferente de quando a final era de campeonato.

Oitavas, quartas, semi-final e final, agora foram três ao apogeu.

Três mulheres.

Não despertou o interesse de  procurar saber das perdedoras.

É o tipo de competição que o título de vice não consagra.

A velha estória, de quem iria lembrar do segundo terráqueo a pisar na lua?

Cinquenta anos depois, aos 90,  Edwin Aldrin continua a receber todas as homenagens que nunca deixaram de ser prestadas ao já falecido comandante da missão espacial.

Aqui na terra onde jogam futebol, tudo que a bela anestesista recebeu, a grana preta, o carrão e o que ainda vier a  ganhar, são merecidos.

Não só pelo desempenho na trama do show.

Por toda a bagagem que levou para a disputa.

Rejeitada ao nascer, adotada com amor,  tendo percorrido caminhos perigosos, enfrentado preconceitos, explícitos e os escondidos, sobreviveu.

Tornou-se mulher, forte, determinada e merecedora do sucesso.

Muito prazer, Thelma Assis.

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