3 de maio de 2024
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ELEIÇÕES BASEADAS EM CIDADANIA

Épico da Civilização Americana: Migração (1934) – José Clemente Orozco


Em meio à confusão que parece ser o sistema norte-americano, a democracia sempre sai das eleições,  mais robusta

O equilíbrio entre os dois partidos, os únicos que conseguem eleger parlamentares vacinados contra o efeito tapioca. Sem emendas  secretas, ninguém vira a casaca.

Uma vez republicano, nunca democrata

Há outro descomplicador que pode explicar porque no final, lá tudo dá certo.

Em muitos estados, distritos e cidades, uma outra eleição, pouco divulgada, não chama a atenção dos que se concentram na guerra dos partidos pelos governos estaduais e controle do parlamento.

Os Conselhos de Educação (Board of Education) são exemplos de democracia que resistem às manipulações partidárias.

Criados antes da Independência, é um sistema com capilaridade que respeita as diferenças regionais e define políticas e funcionamento das escolas do ensino elementar e secundário.

Com as únicas exigências que os pretendentes aos postos sejam residentes na área e tenham completado o segundo grau. Trabalho não remunerado,  confere prestígio aos seus membros.

Escolas públicas com orçamentos próprios são administradas localmente.

Às verbas oficiais são acrescentados recursos obtidos pelas próprias comunidades.

As decisões sobre o emprego do que se tem para usar nas escolas é exclusiva dos conselhos.

Um executivo contratado é o administrador.

Sem estabilidade funcional, presta contas diretamente ao colegiado que opina e decide sobre tudo.

Da renovação dos contratos dos professores ao recrutamento dos novos, passando pela aquisição de equipamentos e autorização para obras, nada foge da análise dos pais dos alunos.

Com a redução populacional nas cidades menores, um fenômeno tem sido observado. Duas ou três escolas, de povoamentos próximos, fundidas numa só.

Ganham em qualidade e controle.

Das análises geopolíticas apresentadas pelas redes de TV, fica a impressão que a nação mais poderosa do mundo tem um enorme bolsão de atraso que decide o futuro nem sempre ao gosto das cabeças pensantes que iluminam as metrópoles.

Há uma base democrática acostumada a julgar o que é melhor para o entorno de onde  as riquezas são geradas. Somadas as pequenas parcelas,  resulta a pujança da nação.

A escola como centro da vida social. Diversidade formada na liberdade, no coletivo e no bem comum.

De tempos em tempos, notícias que poderiam provar desvios e contradições, são manchas indeléveis.

Violência sofrida, enfrentada com resiliência e união.

O cidadão que passa por este processo e parte para novos saberes ou fazeres, está preparado para escolher, seguir as regras do jogo e acatar as escolhas da maioria.

O mantra repetido diariamente, há 120 anos, em todas as escolas americanas, lembrado pelo resto da vida, resume o comportamento baseado em educação sólida.

Juro fidelidade à Bandeira dos Estados Unidos da América e à República que ela representa, uma nação, indivisível, com liberdade e justiça para todos.”

A política norte-americana foi moldada do mesmo barro.

Épico da Civilização Americana, Detalhe das cenas Anglo-América, Hispano-América e Deuses do Mundo Moderno” (1934) – José Clemente Orozco – Biblioteca Baker do Dartmouth College, Hanover, New Hampshire, Estados Unidos

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