1 de maio de 2024
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ELOQUENTE SILÊNCIO

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O Silêncio –                                                                             Stuart Ross (pintor australiano contemporâneo)


Para o mais frustrante depoimento na
CPI da Cloroquina não afetar a credibilidade desta nesga de Território, explicações são necessárias.

Sob risco de também ser o redator arrolado e ter de enfrentar as feras, debaixo de vara, acusado de espalhar fakenews e boatos.

O fantástico mundo da magia é regido pelos astros. O feito neste plano de  terra esférica, tem ritmo e tempo certo de acontecer.

Estava e continua escrito.

Todo o  dito antes, previsto no post O bruxo da CPI, foi substituído por monótona frase cunhada por banca de advogados, em letras de ouro, protegidas pelo tribunal superior.

Mesmo longe do spoiler, o silêncio  irritante, substituto das pararespostas tão frequentes em prévias oitivas, desvendou mistérios apenas suspeitos, sem comprovação definitiva.

Que o relator já tem sua peça previamente elaborada, a sequência de perguntas revelou. Independente do falado e ouvido.

Apenas um breve comentário quase estragou todo o trabalho do gabinete do parlamentar, atuando nas sombras, colhendo gravações clandestinas e qualquer indício de prova junto a  algum alcaguete mequetrefe.

A maneira como o combativo tribuno alagoano  referiu-se ao filantropo como ‘bilionário’, passou a ideia de pontinha de inveja.

Pode ser também reflexo da lembrança de um livro que já ajudou muita gente em situações delicadas: Vencendo a Própria Crise.

Se as testemunhas são convocadas para esclarecimentos, não mais será discutido.

São todos acusados, réus, para em  julgamento instantâneo, receberem suas condenações imediatas.

Até um mudo foi incriminado pelo que não disse, avalie quem resolve soltar a língua.

As mais de setenta repetições do silente, obraram um pequeno milagre.

Os implacáveis inquisidores voltados para a filosofia, uns poucos, e citações de passagens bíblicas aprendidas em tantos cultos e missas frequentadas nas vésperas das eleições.

A neurociência poderá também, tirar lição do solilóquio esquizofrênico dos senadores.

A fórmula de ler pensamentos foi apresentada.

Com um empurrão da inteligência artificial, será impossível guardar segredos nas cacholas das acuadas vítimas.

Depois de cada pergunta, mesmo respeitado o direito da mudez, convicções serão confirmadas.

Basta mostrar gravações, vídeos, fragmentos de entrevistas, opiniões escritas e alheias e a reveladora resposta estará materializada. Pronta para ser apensada ao devido e competente processo.

A monótona sessão também pode vir a motivar uma alteração na dinâmica do grupo, tornando mais interessante, o arrastado espetáculo em longa-metragem.

Com uma eficiente edição, os repetitivos 15 minutos de fama dos titulares, reservas e papagaios-de-piratas eletrônicos, podem ser reduzidos a um terço.

Aos senadores e senadoras, caberia o cuidado de variar as cores das gravatas e dos tailleurs para não revelarem que a dublagem apresentada não vale a pena ver de novo.

Quem prestou cuidadosa atenção ao que não disse Carlos Wizard, notou coerência nas suas não respostas:

Guardarei a boca com um freio, enquanto o ímpio estiver diante de mim. –  (Salmo 39)

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“Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa.”

2 thoughts on “ELOQUENTE SILÊNCIO

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