ESTRATÉGIA DAS MARÉS
A capacidade de fazer previsões, tem garantido a sobrevivência e o domínio da espécie humana sobre as demais.
Observando as mudanças no tempo, antecipando o melhor momento para plantar.
A permanente dúvida de como será o amanhã, é o mistério que confere graça à vida.
–E se tudo já estiver escrito, Maktub?
Aqueles que se destacam pela habilidade de antecipar o conhecimento, são pessoas especiais.
Profetas.
Nos sertões, cientistas.
A visão de futuro possibilita o sucesso nos negócios.
Mesmo longe das eleições, pratica -se intensamente a futurologia, em saturantes divulgações de pesquisas de intenções de votos.
Os louros da vitória são divididos entre eleitos e institutos de pesquisas que acertarem não muito longe do centro do alvo.
A pandemia trouxe este know how acumulado para o acompanhamento da sua evolução.
Estudos matemáticos em desenhos gráficos, mostraram tendências de crescimento, estabilidade, ou redução do número de casos.
Os dados coletados iam se acumulando em curvas que, atingido o apogeu, tornaram o que ainda aconteceria, previsível.
Incontrolável, a doença avançou, recuou, e sem cura ou prevenção eficazes, continua em outras variantes e novas cepas.
Como as ondas do mar.
Aprender com elas é o caminho.
Mal quebram na praia, outra já se forma, e chega logo depois da que deixou de existir.
São sempre parecidas mas não, as mesmas.
Mutantes por natureza.
Quem está perto da arrebentação aprendeu que enfrentar a força inevitável, de peito aberto, é tombo certo.
As marés têm ritmo que não muda.
O banho da vida pode continuar prazeroso.
Mas é preciso ficar atento aos movimentos.
Tem a hora de mergulhar.
A onda vai passar.
E a outra… e a outra…
e a outra…
(Com modificações, o texto foi publicado em 19/12/21)