5 de maio de 2024
Coronavírus

ESTRATÉGIA DAS MARÉS

Jose Pancetti - Praia da Gávea (1955)- Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Paisagem de Itapuã (1953), José Pancetti – Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

A capacidade de fazer previsões, tem garantido a sobrevivência e o domínio da espécie humana sobre as demais.

Observando as mudanças no tempo, antecipando o melhor momento para plantar.

A permanente dúvida de como será o amanhã, é o mistério que confere graça à vida.

E se tudo já estiver escrito, Maktub?

Aqueles que se destacam pela habilidade de antecipar o conhecimento, são pessoas especiais.

Profetas.

Nos sertões, cientistas.

A visão de futuro possibilita o sucesso nos negócios.

Mesmo longe das  eleições, pratica -se intensamente a futurologia, em saturantes divulgações de pesquisas de intenções de votos.

Os louros da vitória são divididos entre eleitos e institutos de pesquisas que acertarem não muito longe do centro do alvo.

A pandemia trouxe este know how acumulado para o acompanhamento da sua evolução.

Estudos matemáticos em desenhos gráficos, mostraram tendências de crescimento, estabilidade, ou redução do número de casos.

Os dados coletados iam se acumulando em curvas que, atingido o apogeu, tornaram o que ainda aconteceria,  previsível.

Incontrolável, a doença avançou, recuou, e sem cura ou prevenção eficazes, continua em outras variantes e novas cepas.

Como as ondas do mar.

Aprender com elas é o caminho.

Mal quebram na praia, outra já se forma, e chega  logo depois da que deixou de existir.

São sempre parecidas mas não, as mesmas.

Mutantes por natureza.

Quem está perto da arrebentação aprendeu que enfrentar a força inevitável, de peito aberto, é tombo certo.

As marés têm ritmo que não muda.

O banho da vida pode continuar prazeroso.

Mas é preciso ficar atento aos movimentos.

Tem a hora de mergulhar.

A onda vai passar.

E a outra… e a outra…

e a outra…

 

Jose Pancetti – Praia da Gávea (1955)- Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

(Com modificações, o texto foi publicado em 19/12/21)

 

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