1 de maio de 2024
ComportamentoComunicação

FALANDO COM OS BICHOS

As sombras, (1830) – Jean-Jacques Grandville – Museu de Belas Artes de Houston, Estados Unidos

A humanidade parece se aproximar de uma das suas mais remotas e últimas fronteiras.

A comunicação inteligível com os outros animais.

Cientistas em diversos países, estão usando máquinas para espionar alguns, como ratos-toupeira, morcegos, corvos e baleias, e  tentar a  comunicação  de volta.

Emily Anthes, repórter de Ciência e Saúde do jornal The New York Times avançou neste fascinante território e voltou para contar que em breve, não seremos mais os únicos considerados  racionais.

Os ratos-toupeiras- pelados, que vivem em colônias embaixo da terra, são os principais objetos destes estudos, pelo repertório vocal elaborado.

Eles trinam, assobiam,  grunhem e comportam-se com polidez.

Quando dois ratos se encontram em um túnel escuro, trocam uma saudação padrão.  Eles fazem um chiado suave e depois um chiado suave repetido”, contou à repórter, o Dr. Alison Barker, neurocientista do Instituto Max Planck de Pesquisa do Cérebro, na Alemanha.

Eles têm uma pequena conversa.”

Não apenas cada rato-toupeira tem sua particular assinatura vocal; cada colônia,  um dialeto distinto, que foi transmitido, culturalmente, por gerações.

Os estudiosos começaram a implantar tecnologias para decodificar a comunicação animal, usando algoritmos de aprendizado, para identificar quando os camundongos que chiam estão estressados ​​ou por que os morcegos estão gritando.

Projetos ainda mais ambiciosos estão em andamento, para criar um catálogo abrangente de cantos de corvos, mapear a sintaxe das baleias cachalotes e desenvolver  tecnologias que permitam aos humanos responder.

Escondida nessas trocas, está uma riqueza de informações sociais que poderão causar uma revolução na relação entre as espécies.

Vamos tentar desenvolver um Tradutor Google para animais,” disse Diana Reiss, especialista em cognição e comunicação de golfinhos.

Tom Mustill, cineasta de vida selvagem,  autor do livro ainda não lançado, “Como Falar Baleia”, faz a comparação fascinante:

“É como se tivéssemos inventado um tipo de telescópio, uma nova ferramenta que nos permite perceber o que já estava lá, mas não conseguíamos ver antes.”

Quem sabe, já não esteja chegando a hora da madame levar um papo reto com a sua Fify?

Rato-toupeira-pelado

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