FELIZ EMPREGO NOVO
Quando a pandemia passar (ou amansar), todos terão duas segundas chances. De viver e de viver diferente.
Muitos irão até querer mudar de ocupação mas é bom ficar de olho nas oportunidades que vão surgir.
Algumas profissões serão disputadíssimas.
Epidemiologia é das primeiras a atingirem o nível máximo de saturação no mercado, tão logo, passado o pico e o platô, a curva fique chata. Ao ponto de ninguém suportar falar nela. Nem que seja na linguagem dos infográficos.
Uma escolha promissora é investir na formação para analista sênior de currículo ministerial.
Se a opção for esta, recomenda-se que o curso da ABIN seja evitado.
Não tem aparecido bem no ranking.
(Publicação original em 01/07/2019)
O MELHOR EMPREGO DO MUNDO
Tem notícia que faz todo mundo sonhar. Em ondas alfa e outras frequências.
Que sempre teremos Paris. E Casablanca.
Num país com mais de 13 milhões de pessoas procurando trabalho e um tanto de desalentados que já desistiram, quem não gostaria de ter o melhor emprego do mundo?
O inglês que venceu 34 mil concorrentes e foi contratado pelo governo de Queensland, para ser zelador de uma paradisíaca ilha deserta nos corais australianos, deixou muita gente babando de inveja. Ainda mais quando se soube que para a nada estafante faina, recebeu 40 mil reais. Por mês.
Há outras ocupações pelas quais qualquer um deixaria tudo para aventurar-se nelas. Em qualquer lugar do mundo.
Avaliador de roteiros e hotéis de luxo. Tomador de cervejas. Provador de chocolates. Sommelier do Noma, em Copenhagen. Parça de Neymar. Jogador de videogames. Até testador de camisinhas (não há informações se o Viagra é por conta do empregador).
Até para quem está em busca de emoções extremamente radicais, está difícil surgir uma oportunidade.
O interessado precisa ter vocação para o serviço militar, experiência como garçom de churrascaria de rodízio e estar sempre disponível para longas viagens. Além do salário, outras oportunidades para multiplicar ganhos. Pede-se discrição. É o que se espera de um taifeiro de avião presidencial.
Em meados do século passado, podia-se encontrar uma atividade tão desafiadora e invejável. Por aqui perto, em cidades do interior nordestino.
E não era tão difícil assim conquistá-la. Havia vagas para todos interessados .
Única exigência: ter terminado o curso de Agronomia.
O recrutamento era feito na própria escola. Pela ANCAR (Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural). No dia da colação de grau.
Com status nivelado aos mais destacados notáveis (médico, juiz e pároco), o doutor do campo tinha, de longe, o melhor de todos os empregos.
De deixar qualquer DAS 5 de olho gordo.
Além do salário federal, transporte privativo e suporte de assistente-social.
Penduricalhos que nenhuma outra profissão podia oferecer:
Um jipe novo e uma moça-velha.