FHC e Lula: encontro histórico une divergentes em torno da boa política
Por Bela Megale no Globo
Após receber o convide do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim para um almoço com Lula (PT) na semana passada, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi aconselhado, por pessoas próximas, a não ir.
O principal argumento de parte dos aliados de FHC é que ainda seria cedo para fazer uma aproximação e que isso poderia enfraquecer articulações de uma aliança de centro para disputar a presidência em 2022.
FHC, que é presidente de honra do PSDB, optou por fazer o encontro.
O tucano avaliou que era importante mostrar um gesto de civilidade em meio ao momento tenso em que o país vive, marcado por atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e outros poderes, além do negacionismo sobre a pandemia.
Segundo interlocutores de ambos, a conversa foi “muito amistosa” e durou cerca de três horas.
No início desta semana, quando o encontro já tinha acontecido, Lula publicou um tuíte para dizer que votaria em FHC se ele estivesse disputando a presidência contra Jair Bolsonaro.
O tucano também tem tratado o petista de forma elogiosa e declarou, em entrevistas recentes, que votaria em Lula caso a disputa pela presidência fique entre ele e Bolsonaro.
Óbvio que estão biscoitando, mas a ideia de democracia é isso: conversar, se respeitar nas diferenças.
Também entendo que a Democracia, para a qual lutamos tanto, seja na juventude e quando adultos, é construída através do entendimento, diálogo e liberdade de expressão. Assim nos ensinaram nossos líderes políticos e verdadeiros estadistas como os ex-presidentes Juscelino Kubitscheck de Oliveira e Tancredo Neves e outros como os potiguares Aluízio Alves, Djalma Marinho e tantos outros.
O ódio, a violência, a ofensa, o despautério, a ideologia, a desigualdade, a ignorância, o desrespeito, não nos levarão à paz, tranquilidade e progresso que devemos buscar para o nosso país e para o mundo no qual vivemos.
Tenho 73 anos e falo por experiência de vida no trabalho, na família e na sociedade.